A criação do Hospício Pedro II, em 1852, pelo imperador de mesmo nome, inicia a trajetória de uma construção marcada pelo valor histórico, artístico e cultural. O Palácio Universitário da Praia Vermelha, hoje sob responsabilidade da UFRJ, foi o primeiro ato do monarca, quando ainda com 14 anos de idade. De arquitetura neoclássica, a casa chegou a abrigar até 300 doentes com transtornos psiquiátricos.

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Memória

Palácio Universitário tem valor histórico inestimável

A criação do Hospício Pedro II, em 1852, pelo imperador de mesmo nome, inicia a trajetória de uma construção marcada pelo valor histórico, artístico e cultural. O Palácio Universitário da Praia Vermelha, hoje sob responsabilidade da UFRJ, foi o primeiro ato do monarca, quando ainda com 14 anos de idade. De arquitetura neoclássica, a casa chegou a abrigar até 300 doentes com transtornos psiquiátricos.

A criação do Hospício Pedro II, em 1852, pelo imperador de mesmo nome, inicia a trajetória de uma construção marcada pelo valor histórico, artístico e cultural. O Palácio Universitário da Praia Vermelha, hoje sob responsabilidade da UFRJ, foi o primeiro ato do monarca, quando ainda com 14 anos de idade. De arquitetura neoclássica, a casa chegou a abrigar até 300 doentes com transtornos psiquiátricos.

O escritor Lima Barreto foi um dos internos que passaram pela casa, onde escreveu uma de suas obras mais conhecidas, O Triste Fim de Policarpo Quaresma. O prédio funcionou como manicômio até 1944, quando correu o risco de ser demolido, devido à desvalorização de seu estilo arquitetônico. Em 1949, a Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi instalada no local e assumiu a responsabilidade sobre o patrimônio.

Em 1959, o Palácio sediou A noite do amor, o sorriso e a flor, evento que reuniu músicos como Nara Leão, Os Cariocas, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, entre outros, no Teatro de Arena da Faculdade Nacional de Arquitetura, hoje Teatro de Arena. O evento foi considerado o primeiro show de Bossa Nova do País.

Durante a ditadura militar, no emblemático ano de 1968, o prédio foi um dos ícones da resistência contra o regime. No dia 20 de junho, estudantes se reuniram para solicitar audiência com o então reitor Clementino Fraga, reivindicando mais autonomia para a organização estudantil. Enquanto aguardava, o grupo foi cercado pelo Exército.

“Polícia só entra aqui se for para fazer vestibular”, afirmava Clementino Fraga, horas antes da invasão. Houve confronto e muitos estudantes foram presos, entre os quais, muitos professores que ainda trabalham na UFRJ. A data ficou marcada como o dia em que a universidade perdeu sua autonomia durante os anos de chumbo. Em 1972, o prédio foi finalmente tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Incêndio

Atingido por um incêndio na última segunda-feira (28/03), o Palácio Universitário da Praia Vermelha abriga hoje diversas unidades da UFRJ, como a Decania do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), Escola de Comunicação (ECO), Instituto de Economia (IE), Faculdade de Educação (FE), Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (Facc) e o Fórum de Ciência e Cultura (FCC).

As informações, ainda não confirmadas, dão conta de que os espaços que sofreram maiores danos com o sinistro foram a Capela de São Pedro de Alcântara e o Auditório Anísio Teixeira. De estilo semelhante ao Salão Dourado, que também sofreu avarias, a Capela tem pilastras de ordem coríntia e altar com a imagem de São Pedro de Alcântara, esculpidas em mármore de Carrara, por F. Petrrich, também autor de outras esculturas que adornam o Palácio.