O Instituto de Economia (IE) da UFRJ e o Centro de Economia da Universidade Paris 13 (CEPN/Université Paris 13) promoveram, na última terça-feira (8/6), o segundo dia do “Seminário Internacional Indústria e Desenvolvimento Econômico”. O evento contou Cedric Durand e Marc Lautier, ambos economistas e pesquisadores da instituição francesa e a coordenação de Hugo Boff, professor do IE-UFRJ.
Lautier, mediador do convênio entre o CEPN e o IE-UFRJ, fez uma breve exposição dos tipos de graduação que o CEPN oferece, bem como suas três principais linhas de pesquisa: “Riscos financeiros e regulação”, “Economia política” e “Macroeconomia aplicada a instituições, mercados e direitos da propriedade intelectual”.
Cedric Durand apresentou sua pesquisa “A Questão do Estado Estacionário: as análises marxistas, pós-keynesianas e regulacionistas no pós-crise”. De acordo com Durand, a grande crise de 2009, bem como do neoliberalismo, trouxeram de volta a questão do estado estacionário. O docente expôs a crise da lucratividade dos anos 70 como conseqüência dos limites do taylorismo e das transformações da concorrência. “O neoliberalismo surge como uma resposta sistêmica, provocando um aumento da financeirização, a intensificação da concorrência intercapitalista e uma degradação da situação dos assalariados”, comentou.
Durand questionou se o modelo neoliberal representa a última tentativa do capital mais do que uma renovação. O professor apontou ainda que a crise nasce das contradições reais e não decorrente de um defeito da regulação prudencial das finanças.
O estado estacionário
O estado estacionário é o estado concreto, real, de um sistema econômico que, em seguida de uma evolução, atingiu um ponto de repouso onde todos os elementos são estáveis e nenhuma mudança se produz na quantidade de elementos que compõe o sistema, nem na natureza e força dos movimentos que o animam. A Teoria Geral de Keynes considera o equilíbrio de uma situação concreta e encara a possibilidade de um estado estacionário.