Foto: Marco Fernandes |
Francisco Esteves abre Workshop em Arraial do Cabo |
Ecossistemas Costeiros: soluções, manejo e conservação foi o tema do primeiro Workshop em Ecologia Marinha UFRJmar. O evento ocorreu dia 21 de maio no auditório do Espaço Amazônia Azul (antigo Museu Oceanográfico da Marinha), em Arraial do Cabo/RJ.
O objetivo do evento é reunir e integrar pesquisadores para promover discussões acerca do estado atual e os modos de preservação das diferentes comunidades marinhas, além de expor métodos viáveis e abrangentes para o monitoramento ambiental.
Os especialistas presentes expuseram e abriram para debate as seguintes questões: “Alça Microbiana como ferramenta de avaliação ambiental em ambientes aquáticos”; “Lagoas costeiras: importância ecológica e social”; “Influências das atividades antrópicas na ecologia trófica de sistemas pelágicos”; “A diagnose, o estado de conservação e os tensores dos costões rochosos da região de Cabo Frio” (que engloba não apenas Cabo Frio, mas também Arraial do Cabo e Búzios); “Ecologia do bentos de substrato consolidado: aplicação do conhecimento gerado pela pesquisa básica”; “Análise de dados para o estudo integrado dos ecossistemas” e “Poliquetas no monitoramento ambiental: uma análise crítica”.
Também foram colocadas em pauta possíveis soluções para os impactos ambientais, levando em consideração a conservação da biodiversidade dos ambientes marinhos. Os pesquisadores fizeram questão de ressaltar a importância de promover a integração entre a Universidade e as comunidades locais (como as de pescadores das lagoas do Norte Fluminense, por exemplo), aliando ciência e responsabilidade social.
– É uma luta para trazer para interior do nosso Estado o conhecimento científico produzido na Universidade, e através dele alavancar o desenvolvimento das cidades do interior -, afirma o professor Francisco Esteves, coordenador do Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé (NUPEM/UFRJ).
O professor também destacou a importância da preservação dos ecossistemas, citando como exemplo o combate às principais fontes de degradação ambiental – como despejo de esgoto, assoreamento, aterro, ocupação desordenada das margens, abertura artificial da barra – da Lagoa Imboassica, em Macaé.
A necessidade de tornar os resultados das pesquisas acessíveis para a população, através da Educação Ambiental, é um ponto fundamental, como ressaltou Esteves: “É muito fácil discutir meio ambiente no meio acadêmico. Mas é preciso pensar na população e na responsabilidade social para com ela, promovendo uma conscientização quanto a necessidade de preservação dos ecossistemas”.
Foto: Marco Fernandes |
Ricardo Coutinho:"O mergulho é um sério risco para o ecossistema" |
Segundo o professor Ricardo Coutinho, do Departamento de Oceanografia do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), o turismo e a pesca são atividades que contribuem para o desequilíbrio dos ecossistemas marinhos. O mergulho, muito praticado por turistas na Região dos Lagos, parece inofensivo, no entanto, pode causar graves danos a esses ecossistemas.
O workshop se estenderá até hoje, dia 22, no mesmo local. Os temas abordados serão “Plâncton em Sistemas Costeiros e Estuarinos e sua importância na Avaliação Ambiental Estratégica”; “Estado da Arte e Perspectivas da Maricultura do Estado do Rio de Janeiro”; “Medidas e Ações para o Desenvolvimento do Setor Pesqueiro Regional”; “Diagnóstico participativo da Cadeia Produtiva da Pesca em Macaé” e “Universidade e Integração sócio-ambiental: o papel do Núcleo Multidisciplinar UFRJmar”.