Brasília – O novo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Lessa, tomou posse nesta quarta-feira em Brasília e encaminhou ao ministro da Educação, Paulo Renato Souza, um plano emergencial para recuperar a infra-estrutura da instituição. Segundo o projeto elaborado sob o comando de Lessa, o crescimento da universidade em termos de ensino e pesquisa “não vem sendo acompanhado por investimentos na manutenção de sua infra-estrutura”, o que levou à “degradação física substancial dos edifícios”.
O reitor calcula que serão necessários R$ 14 milhões para realizar as obras emergenciais. O ministro Paulo Renato acatou o pedido e disse que vai solicitar ao Ministério do Planejamento o envio de um projeto de lei de complementação orçamentária para atender a UFRJ. “O presidente Fernando Henrique Cardoso já foi informado da situação e se mostrou sensível a ela”, disse Paulo Renato.
Por isso, ele acredita que o projeto de lei deverá ser enviado ao Congresso no início de agosto e será aprovado rapidamente. A UFRJ é maior universidade federal do Brasil. Foi criada em 1920. Oferece 195 cursos de graduação para 30,5 mil alunos. A pós-graduação também é forte: são 88 cursos de mestrado e 67 de doutorado, que têm 9,2 mil alunos.
O relatório aponta que desde 1984 não são feitas obras de infra-estrutura significativas na instituição. O objetivo do plano emergencial, explica o reitor Lessa, é “recuperar a dignidade e a segurança” das pessoas que estudam e trabalham na UFRJ. O projeto contém 13 itens considerados prioritários. O primeiro é a reforma dos banheiros. Segundo o reitor, a UFRJ tem cerca de 5 mil m² de banheiros, dos quais 40% estão “imprestáveis” e têm de ser totalmente reformados.
A segurança é outro problema, sobretudo por causa do aumento do número de alunos no período noturno (127% entre 1994 e 2000). Como solução é proposta a reforma do sistema de iluminação a fim de garantir a segurança dos alunos do período noturno, que foi instalado no início dos anos 90. Também é necessário reformar telhados, recuperar o sistema de distribuição de energia elétrica, descupinizar bibliotecas, avaliar a potabilidade da água que é consumida na instituição e melhorar o sistema de prevenção de incêndios, entre outras coisas.
“A UFRJ está enfrentando muitos problemas, mas tem um grande potencial. Ela é a melhor do País em várias áreas”, disse o ministro Paulo Renato. Ele salientou, no entanto, que, quando a crise for superada, a UFRJ precisa rever a maneira como gerencia os recursos. “Existe uma possibilidade significativa de fazer receita aproveitando o patrimônio da universidade”, disse Paulo Renato.