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Rolé UFRJ #14: Parque Tecnológico

Área de 350 mil m² busca diálogo entre empresas e universidade por meio de inovação, arte e cultura

Você sabia que na UFRJ existe um espaço com mais de 350 mil m² totalmente dedicado à articulação entre universidade, empresas e sociedade? O Parque Tecnológico é um ecossistema de inovação que tem como objetivo gerar conexões capazes de potencializar e transformar o conhecimento em prol da população. 

O Rolé UFRJ visitou o local para conhecer mais os ambientes visitáveis ao público e que explorem a arte e a cultura como forma de aproximação e convergência. 

Inaugurado há 20 anos, o Parque Tecnológico abriga centros de pesquisa de empresas de grande porte nacionais e multinacionais, como Ambev, Siemens, Schlumberger, e de empresas pequenas, médias e startups, a exemplo da RockLab e da ProntLife. Mais de 900 milhões de reais foram investidos pela iniciativa privada na criação, geração e operação dos 14 centros de pesquisa e desenvolvimento instalados no Parque. O espaço também conta com unidades da UFRJ, como a própria Reitoria, o Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano), o Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce) e o Fundo Verde, além de empresas públicas como os Correios. 

Nesse ambiente, as empresas encontram a infraestrutura e o  conhecimento especializado necessários para a superação de seus desafios, além de um espaço propício para o empreendedorismo e a integração com as pesquisas realizadas na Universidade. O Parque realiza atividades que estimulam o relacionamento entre as organizações residentes e demais públicos de interesse, auxiliando na ampliação do networking das companhias e estimulando atividades de gestão de negócios e captação de recursos.

Nos últimos anos, o Parque vem investindo em novas frentes, como a atração de empresas dos mais variados setores da economia, o transbordamento para além de suas fronteiras na Cidade Universitária e, também, sua consolidação como um espaço físico onde os usuários gostem de estar.

Um projeto fora da caixa 

Teresa Costa, arquiteta e vice-diretora do Parque, é uma apaixonada pela iniciativa. Envolvida desde o início do projeto – lá nos anos 1990–, a servidora usa com propriedade e irreverência um famoso meme da internet: “Quando Teresa chegou no Parque, era tudo mato!”, brinca. Após mais de duas décadas, ela viu sair do papel a urbanização do espaço, a construção de diversos prédios e a realização de projetos profissionais. 

“A gente teve muitas dificuldades para projetar este espaço. Tudo alagava com a maré alta e a água chegava a bater na canela; vínhamos com caminhonete 4×4 e, ainda assim, furava o pneu e atolava; só uma pessoa tinha celular, não tinha área. Eram os anos 90, né?”, lembra.

A área precisou passar por uma série de modificações, iniciando-se com  o aterramento para que a Prefeitura do Rio pudesse realizar toda a urbanização, com a pavimentação, iluminação pública, delimitação de terrenos etc. Hoje as ruas do Parque abrigam não só os prédios com as empresas e a universidade, mas também espaços de convivência, obras de arte e a orla pavimentada de onde é possível ter uma bela vista da Baía de Guanabara. 

Logo na entrada do Parque Tecnológico estão a Administração, o Inova UFRJ, o restaurante Notório Sabor e os prédios que sediam as Pró-Reitorias de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2); de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3); de Pessoal (PR-4); e de Gestão e Governança (PR-6). 

Teresa esteve presente nas diversas fases do projeto, do planejamento dos postes da calçada à criação de um grande prédio em formato de cubo mágico que se destaca no terreno. A Inovateca, inaugurada em 2021, é o espaço que sintetiza as aspirações do Parque Tecnológico. Inspirada na obra de Ernő Rubik, arquiteto e professor húngaro, a construção conta com um moderno auditório aberto para a instituição e para empresas vinculadas, além de um espaço para coworking, exposições, troca de ideias e outras atividades.

“Na UFRJ nós, arquitetos, não costumamos ter a oportunidade de fazer algo assim e eu pude tirar essa ideia do papel. Eu gosto muito de brincar com as coisas e pensar a arquitetura de uma maneira mais inovadora”, conta. 

Inovando a arte e a cultura 

Do lado de fora do prédio principal, cubos menores guardam surpresas divertidas. A incubadora social e ambiental Inyaga, recém-inaugurada; o café Del Rio; salas de exposição; e uma instalação artística totalmente instagramável criada em parceria com a Escola de Belas Artes (EBA).

Francirose Soares, professora da EBA, liderou uma equipe de estudantes e profissionais da área para conceber o espaço, que ilustra bem a arquitetura e a inovação presentes no prédio. A instalação usa espelhos e cubos coloridos para simbolizar a busca por conhecimento, tecnologia, pesquisa e ciência.

“Simbolicamente esse jogo de espelhos é um jogo de reflexo, se ver refletindo dentro desse campo de conhecimento e esse campo repercutindo em você. Quando você vê o reflexo, ele é infinito, assim como o conhecimento”, explica Francirose. 

Como um espaço imersivo, a obra convida os usuários a viver a experiência com os cubos que emergem do chão, se misturando e refletindo por toda a sala em uma explosão de cores, tamanhos e texturas. 

Durante a visita da equipe do Rolé, outros espaços da Inovateca estavam ocupados por exposições artísticas de alunos da EBA como Mess, de Daniel Gore, e Vínculos Abstratos, de Sara Tostes. As obras questionam a interação entre seres humanos, tecnologia, inovação e o espaço urbano.

Gore comemorou a possibilidade de expor pela primeira vez em um ambiente tão plural. “A minha linha de pesquisa junta desenho, design e tecnologia. Eu busco entender como as pessoas se conectam com vários sistemas de mundo por meio da tecnologia. Por isso, fiz uma série de peças vestíveis, como capacetes e peças de cabeça,  que dialogam com a personalidade das pessoas que as inspiraram”, descreve.

Espaço para todos

Teresa explica que abrir esses espaços visitáveis e interativos, com diversas atividades como palestras, cursos e exposições, partiu de uma vontade de transformar o Parque Tecnológico em um lugar para todos – e que esse objetivo está em constante atualização.

“A gente quer muito propiciar uma relação das pessoas com o espaço, porque isso é muito importante. Queremos que as pessoas se sintam convidadas a sentar e discutir, a trabalhar em conexão”,  defende. 

A Inovateca está aberta a todo o público para a utilização da maioria dos seus espaços. Os de convivência e visitação podem ser utilizados sem agendamento prévio; já as demandas de eventos, exposições e reuniões devem ser solicitadas à Administração do Parque. O regulamento de uso está disponível no site da unidade

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Como chegar

O Parque Tecnológico da UFRJ fica na Cidade Universitária, Ilha do Fundão. O endereço da Administração é Rua Aloísio Teixeira, 278. Já a Inovateca fica no número 564. É possível chegar de carro, com estacionamento no local, ou por meio dos ônibus internos da Universidade. A linha 4 – Parque Tecnológico circula dentro do espaço e a linha 1– Gráfica deixa próximo à Administração. 

Saiba como chegar ao Parque Tecnológico | Imagem: Heloísa Bérenger (SGCOM/UFRJ) e Parque Tecnológico

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