Categorias
Pelo Campus

Rolé UFRJ #8: Museu Interativo da Física (Ladif)

Espaço realiza divulgação científica ao estimular a curiosidade dos visitantes com experimentos e fenômenos físicos

Em meio aos prédios da Cidade Universitária, existe um espaço para ser criança – mesmo que você já seja adulto. Com 180 divertidos e surpreendentes experimentos, o Museu Interativo da Física, antigo Laboratório Didático do Instituto de Física (Ladif), promove divulgação e letramento científico para visitantes de todas as idades.

Criado em 1988 com o intuito de complementar o ensino no instituto, sendo utilizado como ferramenta de auxílio nas aulas, o Ladif mostrou seu potencial para atender também ao público externo. O sucesso com as escolas foi tanto que até hoje os alunos de ensino fundamental e médio são seu principal público. O inovador laboratório, localizado na sala 418 do Bloco A do Centro de Tecnologia, recentemente virou um museu, repleto de experimentos.

O espaço surgiu a partir de uma demanda da direção do Instituto de Física (IF), que desejava tornar alguns conceitos mais palpáveis para os estudantes de graduação. A equipe visitou outras universidades, mas não encontrou o modelo que buscava implementar na UFRJ. Assim, os profissionais passaram a criar seus próprios experimentos, sendo o primeiro deles o bicone, de autoria do professor Carlos Farina de Souza.

Segundo Miriam Gandelman, professora do IF e coordenadora do Ladif, os visitantes podem ter contato com experimentos e conceitos presentes no seu dia a dia, mas que não são necessariamente percebidos e, principalmente, compreendidos. A experiência dos visitantes se dá com atividades interativas de fenômenos da ciência básica e com demonstrações de como funcionam várias tecnologias que estão ao nosso redor.

Voltando a ser criança

Ao entrar nas instalações do Ladif – que atualmente englobam um laboratório de audiovisual, um auditório e três salas de exposição –, é impossível não se admirar com a quantidade de experimentos distribuídos pelo espaço. É difícil, inclusive, para os curiosos pela ciência, saber por onde começar. Há experiências para todos os gostos a partir do amplo espectro da Física, passando por assuntos como eletromagnetismo, Física Moderna, mecânica, óptica e até termodinâmica.

Renata Amaral, técnica de laboratório do Museu, afirma que os visitantes se empolgam com as possibilidades do espaço, mas, claro, têm suas preferências. Entre elas está o Gerador de Van de Graaff: uma máquina eletrostática que produz altas tensões capazes de acelerar partículas. No experimento, a corrente de elétrons passa pelo corpo e arrepia os cabelos do usuário que está em contato com a cúpula, totalmente energizada – o que diverte todos os espectadores. Outra experiência que costuma entreter os visitantes é o Tubo de Vento, que mantém bolas suspensas usando apenas a força do ar, envolvendo e segurando o objeto em suspensão.

“O globo de plasma também sempre causa surpresa quando aproximamos a lâmpada fluorescente e ela acende, mostrando o conceito de indução eletromagnética no interior da bobina. E a placa vibrante também surpreende com os padrões de interferência formados pela areia, ilustrando a ideia de ondas estacionárias”, explica Amaral.

Há ainda a Bicicleta Ergométrica, que mostra os efeitos da eletrodinâmica. Ao ser utilizado, o aparelho transforma a energia mecânica em elétrica, criando corrente suficiente para ativar uma lâmpada, um ventilador ou um rádio. E um dos preferidos do Rolé UFRJ: a Cadeira Giratória. Para explicar conceitos da mecânica, mais especificamente da dinâmica dos corpos rígidos, um visitante senta-se na cadeira e gira, alternando movimentos com braços abertos e fechados enquanto segura halteres. Com a experiência, é possível observar as variações de velocidade devido às modificações da distribuição do peso pelo corpo.

No entanto, talvez a verdadeira estrela da visita esteja no nitrogênio líquido, o experimento favorito de Agostinho Mendes, um dos membros originais da equipe e que faleceu recentemente devido à covid-19. Esta matéria é uma homenagem ao Agostinho e à sua dedicação durante tantos anos de trabalho no Ladif.

Antes, durante e depois da pandemia

As atividades do laboratório consistem em atender tanto ao público externo quanto aos professores da UFRJ que precisam de experimentos para suas aulas, além da idealização e montagem de novas experiências e filmagem de vídeos, sempre dando prioridade ao atendimento do público. Antes da pandemia, o Ladif também realizava atividades externas, como visitas a escolas, oficinas e participação em eventos de divulgação científica. Tais rotinas estão sendo retomadas aos poucos, mediante a demanda.

Amaral conta que o isolamento social impactou diretamente o trabalho que a equipe desenvolve, já que suas atividades eram praticamente todas presenciais, com ênfase na interação do visitante com os experimentos. A saída encontrada foi se aprofundar nas redes sociais, que já vinham sendo aperfeiçoadas.

“Tivemos monitoras da Escola de Belas Artes que criaram uma identidade visual para as nossas postagens. Reunião após reunião virtual, as ideias iam surgindo para manter as mídias sociais sempre ativas e proporcionar a interação com os seguidores. Apesar de as atividades terem voltado ao modo presencial desde abril de 2022, continuamos atuando nas mídias sociais, especialmente em postagens que permitem essa forte interação”, explica.

Entre as ações desenvolvidas de forma on-line, estão as séries Pergunte ao Ladif, em que a equipe respondia às dúvidas do público sobre Física; Hoje na Ciência, com comentários sobre novidades científicas; Ladif Explica, desvendando curiosidades, como o funcionamento do micro-ondas, o efeito estufa e a inteligência artificial; Por Trás da Tirinha, com conceitos físicos presentes em histórias em quadrinhos; Clica na Física, com uma galeria de fotografias de fenômenos físicos tiradas pelo público; além de uma série de entrevistas com professores eméritos do IF.

A técnica de laboratório também relata que, durante a pandemia, a equipe do Ladif produziu um plano museológico que foi aprovado pela comissão do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) e pelo IF. Esse trâmite permitiu que o espaço fosse oficialmente transformado em Museu Interativo da Física, sendo reconhecido na Universidade como um espaço museal.

Qualquer pessoa de qualquer idade pode visitar o Ladif – sozinha, em grupos pequenos ou turmas de escolas com até 40 alunos. Neste último caso, os horários são específicos e devem ser agendados pelo site do museu. Para grupos pequenos, basta se dirigir ao espaço.

Como chegar

O Ladif fica no Bloco A, sala 408, do Centro de Tecnologia, na Avenida Athos da Silveira Ramos, 149, na Cidade Universitária. Os interessados podem chegar no local por meio dos ônibus internos da UFRJ e também pelas linhas municipais e intermunicipais que circulam no campus. Há estacionamento pago no local.

Arte do mapa do Museu Interativo do Ladif com informações de contato, sobre fundo branco. À esquerda, no topo, há o logotipo do Rolé UFRJ e as informações sobre o Ladif em letras roxas: “Avenida Athos da Silveira Ramos, 149, Centro de Tecnologia, Bloco A, 4 andar, sala 418, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro/RJ, CEP: 21941-909. Em seguida, estão as principais formas de contato: o site (ladif.if.ufrj.br), o e-mail (ladif@if.ufrj.br) e os telefones ([21] 3938-7188 e [21] 3938-7183). À direita, em tons de roxo e laranja, há um recorte circular de mapa da área próxima ao Centro de Tecnologia (CT). O Museu Interativo da Física (Ladif) está destacado na imagem, localizado no CT, bloco A. O mapa também identifica outros unidades que compõem o campus, como 1. Ladetec; 2. Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN); 3. CT; 4. Faculdade de Letras; 5. Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano (IMA); 6. CT2; 7. Polo de Xistoquímica; 8. Instituto de Engenharia Nuclear (IEN); 9. Reitoria/Escola de Belas Artes (EBA)/Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU); e 10. Centro de Tecnologia Mineral (Cetem).
Saiba se localizar na Cidade Universitária | Imagem: Heloísa Bérenger (SGCOM/UFRJ)

Já conhece o Ladif? Visite o espaço e marque a UFRJ nas suas redes sociais. Poste uma foto com #RoléUFRJ ou use nossas figurinhas no Instagram. É só procurar por “@ufrj” e aproveitar. Acompanhe as próximas edições do Rolé UFRJ e sugira outros espaços para visitação


Esta edição do Rolé UFRJ é uma homenagem a Agostinho Mendes e sua dedicação ao Ladif.