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O espírito olímpico também precisa de política pública

Que atenção o Estado brasileiro tem dado ao esporte? O podcast da semana aproveita o fim dos jogos de Tóquio para retomar um antigo debate

Sem público e com menos de 30% de aprovação entre os japoneses, terminaram neste domingo, 8/8, os Jogos Olímpicos de Tóquio. Por causa da pandemia, o evento foi realizado em 2021 e reuniu delegações de 203 países. De acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI), em 17 dias, cerca de 400 pessoas ligadas à competição testaram positivo para a COVID-19. Entre 24/8 e 5/9 ocorrem os Jogos Paralímpicos.

O Brasil participou dessas Olimpíadas com 302 atletas e voltou para casa em 12° lugar, com 21 medalhas e o melhor resultado da história. Foi um marco para o país a diversidade no pódio: mais mulheres, negros e atletas oriundos da região Nordeste. Nomes como Rayssa Leal, Rebeca Andrade, Alisson dos Santos, Ítalo Ferreira, Ana Marcela Cunha, Herbert Conceição e Isaquias Queiroz conquistaram o orgulho e a admiração do público.

Mas partiu de Vitória Rosa, do atletismo, eliminada na etapa classificatória dos 200 metros rasos, um dos desabafos mais importantes da temporada. “Estamos numa pandemia, estou sem patrocinador, meu clube reduziu o meu salário e só a Marinha manteve o apoio”, disse em entrevista ao canal SporTV. A voz embargada de Vitória, assim como o choro de outros atletas, revela o custo individual e coletivo do esporte de alto rendimento e nos faz questionar se o Estado deveria estar mais presente – antes, depois e para além dos torneios.

Com a Emenda Constitucional n° 95 e a definição do teto de gastos, programas como Bolsa Atleta, Segundo Tempo e Forças no Esporte têm cada vez menos condições de seguir. “O Bolsa Atleta paga cerca de R$ 500,00 por mês e o número de beneficiados vem sendo reduzido ao longo dos últimos anos. Em 2021, sequer foi aberto edital para novos candidatos”, explica Luiz Felipe Cavalcanti, técnico-administrativo da UFRJ e assessor da direção da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD).

Em entrevista ao podcast do Conexão UFRJ, o profissional faz um breve histórico das tentativas de consolidação do Ministério do Esporte, hoje extinto; aponta o que seria necessário para que as práticas esportivas fossem acessíveis à população e traça um panorama de como estão, cinco anos depois, os equipamentos construídos para a Rio 2016. Afinal, o que restou do investimento público de anos atrás e o que é preciso para seguir?

Campo de Rugby da UFRJ, que serviu para treinos nas Olimpíadas de 2016, também carece de manutenção | Foto: Nathalia Werneck (Coordcom/UFRJ)

Na edição da semana, escute também: vacinação na Maré alcança mais da metade dos moradores do maior conjunto de favelas do Rio de Janeiro; nos próximos seis meses, a UFRJ fará um plano de segurança hídrica para o município de Maricá; em celebração ao Dia dos Pais, tem Seminário Paternidades no YouTube.

O podcast Conexão UFRJ é produzido pela Coordenadoria de Comunicação Social (Coordcom), em parceria com a Rádio UFRJ. O programa vai ao ar toda segunda-feira, às 10h e às 15h, no site da Rádio e está também nas principais plataformas da internet: Spreaker Podcast Player, Apple Podcasts, Spotify, iHeartRadio, Google Podcasts, Castbox, Deezer, Podcast Addict, Podchaser, JioSaavn. Para acompanhar o último episódio, clique no player ou escute no seu tocador preferido.

Listen to “Negado Olímpico” on Spreaker.

Ficha técnica

Realização: Coordenadoria de Comunicação Social (Coordcom) da UFRJ
Produção: Patrícia da Veiga e Victor França
Roteiro e edição jornalística: Patrícia da Veiga
Ronda Maré de Notícias: Daniele Moura
Locução: Alexandre Silva e Patrícia da Veiga
Edição: Victor Vieira e Vinicius Lyra
Trilha: http://partnersinrhyme.com/