O Museu Nacional (MN) comemorou 201 anos de sua inauguração nos dias 8 e 9/6 na Quinta da Boa Vista. O evento reuniu professores, servidores, alunos e a comunidade carioca para celebrar e valorizar o espaço, que sofreu com um incêndio em 2018.
Com uma programação aberta e voltada para a população, o evento contou com passeio de trem pelos arredores do museu, recreação para o público infantil, experiências científicas, shows e atividades artísticas.
A abertura do evento reuniu representantes internacionais, deputados, além de autoridades da UFRJ. Alexander Kellner, diretor do MN, falou sobre o momento de reconstrução pelo qual o museu passa, reforçando a importância do apoio do Ministério da Educação (MEC) e do público nesse momento. “O MEC abriu uma linha de conversa direta com a UFRJ. Temos agora a oportunidade de fazer daqui uma referência e modelo, como são algumas instituições ao redor do mundo. As pessoas querem ver o Museu Nacional mais forte.”
O cônsul alemão Klaus Zillikens anunciou a doação de mais de R$ 600 mil por parte do governo da Alemanha para a reforma da parte elétrica do Paço de São Cristóvão. “Acreditamos que a troca de experiências e conhecimento traz benefícios para todos os lados.” Zillikens citou também a criação de bolsas para estudantes da instituição.
Denise Pires, futura reitora da UFRJ, afirmou que agora é o momento de se reunir e olhar para frente de maneira otimista. “Que fique claro que o museu é da UFRJ e não poderia ser diferente, pois ele é ciência, história e cultura. E essa ciência que existe aqui não é só exposição das descobertas, mas é também produção.”
O reitor Roberto Leher, por sua vez, celebrou a comemoração como um ato acadêmico em que a comunidade universitária pôde se reunir e mostrar a Universidade para toda a população.
Festa popular científica
A Alameda das Sapucaias recebeu vários estandes que mostravam os dois séculos de pesquisa no museu, mas traziam, principalmente, a força das pessoas que produzem a ciência que se abrigava no prédio.
Os monitores – alunos, pesquisadores, professores e técnicos-administrativos – ensinavam ao público que enchia os corredores a felicidade e a força de vontade em continuar produzindo conhecimento científico.
Anna Carolina Bayer é designer da instituição e participou de toda a preparação para o evento. Com os olhos marejados ressaltou como é gratificante ver o museu vivo nas pessoas. “Foi uma experiência única. Participar e ajudar no aniversário de 201 anos foi especial num momento tão necessário para o Museu Nacional: um recomeço”, afirmou a servidora, que levou também o marido e o filho de 1 ano para participarem da comemoração.
As muitas crianças que acompanhavam a exposição puderam aprender sobre Paleontologia, escavando um fóssil em um tanque de areia; sobre Arqueologia, desenhando pinturas rupestres; sobre a fauna e flora do país e do mundo, com animais preservados, além de se aproximarem da ciência por meio de muitos experimentos disponíveis pela Quinta da Boa Vista.
Pietro Neves, de 10 anos, visitou o Museu Nacional algumas vezes e acompanhou pela televisão o incêndio em 2018. A visita aos estandes reavivou na criança a paixão pelos animais e o fascínio pela ciência. “Eu quero ser veterinário, por isso o que mais gostei foi de pegar os animais marinhos, como o baiacu e o tubarão-martelo.”