A primeira aula do curso sobre Movimentos Sociais no Brasil, promovido pelo Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (Nepp-DH) da UFRJ, teve como tema a história do país no período imperial e o valor deste momento na formação do que conhecemos hoje como movimentos sociais.

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Memória

Evento lembra personagens esquecidos pela história

A primeira aula do curso sobre Movimentos Sociais no Brasil, promovido pelo Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (Nepp-DH) da UFRJ, teve como tema a história do país no período imperial e o valor deste momento na formação do que conhecemos hoje como movimentos sociais.

A primeira aula do curso sobre Movimentos Sociais no Brasil, promovido pelo Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (Nepp-DH) da UFRJ, teve como tema a história do país no período imperial e o valor deste momento na formação do que conhecemos hoje como movimentos sociais.

Esta é a primeira edição do curso, que acontecerá todas as quartas-feiras de abril e nas três primeiras de maio, tendo a historiadora Anita Prestes como palestrante no dia 18 de abril. Foram 190 alunos inscritos, mas apenas 40 vagas, o que ratifica o interesse de alunos e profissionais pelo tema.

A aula de abertura foi ministrada por Vantuil Pereira, coordenador de Extensão do Nepp-DH e também professor do curso de Relações Internacionais. Vantuil abordou a definição dos movimentos sociais, afirmando que “trata-se de manifestações da sociedade civil, que se diferem do Estado ou que a ele se dirigem. Embora não fique explícito, o movimento social, frequentemente, está em disputa com outros projetos no interior da sociedade”.

Segundo o professor, “para que as manifestações se tornem um movimento social, têm que, além de expressar uma necessidade, ter também certa profundidade e extensão na sociedade”. Ou seja, devem ser uma ação coletiva com trajetória. “O tempo de duração e a capacidade de mobilizar, articular e organizar as pessoas são características primordiais dos movimentos”, acrescentou.

Sendo assim, a segunda parte da aula se pautou na existência de movimentos sociais no Brasil na época do Império. “Foi comum, até pouco tempo atrás, desconsiderar a existência de movimentos sociais nesta época. Invariavelmente, tomavam-se as manifestações como ruídos das massas, lutas espasmódicas, resistências sem existência de projetos”, afirmou o docente.

De acordo com Everardo Dias, citado pelo professor, “os movimentos sociais, como conhecemos hoje, vêm da geração de 1900, que principiou e originou as esquivas e tímidas tentativas de organização operária, num sentido e espírito de classe, não como até ali se vinha fazendo, de beneficência ou resistência”. Sendo assim, os movimentos sociais apresentam um caráter etapista, isto é, evoluíram e se organizaram com o decorrer do tempo e com o avanço dos direitos civis pelo mundo.

Por fim, Vantuil falou sobre a questão do historiador, segundo Benjamin, afirmando que “cabe a este profissional escavar pacientemente o amontoado de ruínas e escombros do passado, recolhendo indícios historiográficos, não para reencontrar o passado como ele foi, mas sim para se buscar o que nele foi esquecido e abafado. Nele, podem estar contidos personagens que o tempo sufocou ou foram colocados no rodapé da história”, concluiu o docente, lembrando aos alunos a importância dos homens e mulheres que não são citados nos livros didáticos.