O evento que comemorou os 140 anos da Comuna de Paris, na Praia Vermelha, relembrou os momentos mais marcantes desse momento histórico e mostrou como suas consequências permanecem vivas.

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Conferencista enaltece propostas da Comuna de Paris

O evento que comemorou os 140 anos da Comuna de Paris, na Praia Vermelha, relembrou os momentos mais marcantes desse momento histórico e mostrou como suas consequências permanecem vivas.

O evento que comemorou os 140 anos da Comuna de Paris, na Praia Vermelha, relembrou os momentos mais marcantes desse momento histórico e mostrou como suas consequências permanecem vivas. A conferência de abertura “A comuna de Paris em perspectiva histórica” contou com a presença de Claudine Rey, da Association les Amis de la Commune de Paris, que pôs em pauta uma reflexão sobre a experiência de democracia radical, em meio aos diversos imperialismos a que a sociedade está submetida.

Segundo os organizadores, a celebração já percorreu todo o país, totalizando uma marca de 25 eventos. Esse dado mostra a força do movimento socialista nas universidades brasileiras, indicando que, ao contrário do que muita gente pensa, a academia favorece a difusão dos ideais marxistas e convida a classe trabalhadora para debater o assunto.

A UFRJ mostrou-se, segundo os apresentadores do evento, uma instituição engajada na luta por uma posição de maior igualdade política e social dos alunos e população em geral. Para tanto, promove a formação política dos estudantes, condição fundamental em qualquer ambiente de luta.

“Não podemos negligenciar os fatos ao nosso redor, ainda há muito trabalho pela frente no que tange à estruturação da plena democracia em todo o mundo”, observou Claudine Rey. De qualquer forma, “também não se pode ignorar a importância da Comuna, foram apenas 72 dias, mas que continuam assustando a ordem capitalista”, completou a palestrante.

Claudine afirmou, ainda, que a Comuna foi uma lição de democracia. O movimento “separou Igreja e Estado, promoveu ensino laico e gratuito para todos, reconheceu a união livre, queimou as duas guilhotinas em protesto à pena de morte, reivindicou maiores salários para os professores. A cada dia surgia uma nova proposta! Essas são algumas das coisas que a França atual demorou séculos para realizar com seus governos capitalistas”, disse Claudine.

Ainda de acordo com ela, é primordial que se realizem seminários como este e que se difundam os ideais da democracia, já que as instituições de ensino não têm condições de se aprofundar nestas questões.

Por fim, o que mais surpreendeu no evento, que ficou lotado, foi a grande presença de jovens. De acordo com o professor da UFRJ Carlos Nelson Coutinho, de Serviço Social, o jovem tem pensado mais na trajetória da democracia no país e no mundo, reconhecendo o valor da mesma para a vida em sociedade.

A professora da Unirio Elisabete Orlette, também de Serviço Social, disse que o diferencial do evento foi a colocação do ser humano no centro do debate, trazendo o trabalhador para a academia e facilitando a troca de ideias. E concluiu: “Isso, em um contexto de extrema desigualdade por todo o mundo, é exaltar a democracia da forma mais digna”.