O último debate entre os concorrentes ao cargo de reitor da UFRJ para o quadriênio 2011-2015 aconteceu nesta terça-feira (19/4), no auditório Rodolpho Paulo Rocco, o Quinhentão, no Centro de Ciências da Saúde (CCS). Pela primeira vez, houve a participação direta dos candidatos a vice-reitor, Antônio Ledo e Lea Miriam, ambos da Faculdade de Medicina. Embora sendo o encontro decisivo antes do confronto nas urnas, nos dias 25 e 26 de abril, o auditório estava praticamente vazio, refletindo o desinteresse dos estudantes pela disputa. No primeiro turno, pouco mais de 8 mil deles foram às urnas.
Dividido em quatro blocos, o debate durou quase três horas e começou 50 minutos depois do horário previsto. No primeiro bloco, Carlos Levi, da chapa 10, e Godofredo Neto, da Chapa 20, apresentaram os programas e propostas de gestão, ambos agradecendo os votos recebidos, mas com visões diferentes sobre o resultado do primeiro turno. Para Levi, a quantidade de votos recebidos, descontados os brancos e nulos, já o deixaria vitorioso, pois 52% dos eleitores assinalaram que desejavam a continuidade da gestão. No ponto de vista de Godofredo, porém, a diferença de 0,6% mostrou de forma clara que mais da metade da universidade está insatisfeita com os rumos administrativos da UFRJ.
No segundo bloco, os candidatos puderam fazer perguntas diretas aos adversários, com a possibilidade de réplicas e tréplicas. O Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários (REHUF), que dispõe sobre o financiamento compartilhado dos hospitais universitários federais entre o MEC e o Ministério da Saúde, foi o primeiro tema a entrar em questão. A partir do questionamento de Carlos Levi para a chapa 20, a candidata a vice-reitora Lea Miriam expôs que pouca atenção foi dada ao programa, o que prejudicou a universidade. Na réplica, Antônio Ledo, candidato a vice-reitor pela chapa 10, concordou que se houvesse tido o apoio ao REHUF não teria surgido a controversa Medida Provisória 520, que autoriza o Poder Executivo a criar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), mas frisou que não se resolvem os problemas dos hospitais universitários sem se pensar na priorização de investimentos na saúde para beneficiar a sociedade.
Outros assuntos entraram em discussão, como a expansão e interiorização da UFRJ, a segurança no campus da Cidade Universitária e a mudança de unidades da Praia Vermelha para a Ilha do Fundão. Levi rebateu críticas à gestão de Aloisio Teixeira, da qual fez parte como pró-reitor de Planejamento. Principalmente, quando indagado sobre os valores gastos com a elaboração do Plano Diretor, já no terceiro bloco, quando o público podia participar perguntando aos dois concorrentes.
Enquanto Godofredo Neto achava pertinente o questionamento, já que, em sua opinião, a falta de transparência na administração permitia que isso fosse posto em pauta, inclusive, relembrando que é direito de toda a comunidade acadêmica conhecer os planos e projetos para a área onde está o campus da Praia Vermelha. Levi respondia que tudo fora feito de forma clara e insinuou que faltou interesse em participar das discussões decisivas para a universidade.
No último bloco, ambos os candidatos conclamaram à participação no processo eleitoral, lembrando que durante todo o período em que estiveram em campanha procuraram fazer um confronto de ideias e não de indivíduos. O resultado do embate está previsto para o dia 27 de abril, sendo matéria de discussão e aprovação em reunião prevista para o dia 28. A lista tríplice com os nomes dos escolhidos pelo Colégio Eleitoral será submetida ao Ministério da Educação.
Categorias
CCS realiza o último debate entre candidatos a reitor
O último debate entre os concorrentes ao cargo de reitor da UFRJ para o quadriênio 2011-2015 aconteceu nesta terça-feira (19/4), no auditório Rodolpho Paulo Rocco, o Quinhentão, no Centro de Ciências da Saúde (CCS). Embora sendo o encontro decisivo antes do confronto nas urnas, nos dias 25 e 26 de abril, o auditório esteve praticamente vazio.