Quarto módulo do curso de extensão “Teorias Sociais e Produção de Conhecimento” segue até o próximo dia 4.

 

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Memória

Curso de extensão debate processos revolucionários na América Latina

Quarto módulo do curso de extensão “Teorias Sociais e Produção de Conhecimento” segue até o próximo dia 4.

 

O quarto módulo do curso de extensão “Teorias Sociais e Produção de Conhecimento”, com início no último dia 21 e voltado para integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), segue até o próximo dia 4. A iniciativa é uma parceria entre a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), o Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (Nepp-DH) e a Escola de Serviço Social (ESS) da UFRJ.

Coordenado por Vantuil Pereira, professor adjunto do Nepp-DH e por Sara Granemann, professora da ESS-UFRJ, o projeto de extensão consiste em seis módulos que acontecem sempre no período de férias escolares, nos meses de fevereiro e julho. A turma atual deste mês de julho, com cerca de 40 alunos, encontra-se no quarto módulo, cuja temática “Processos revolucionários na América” conta com docentes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Puc-Rio), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da UFRJ.

Serão abordados os movimentos sociais e processos revolucionários em diversos países da América Latina, como Brasil, Nicarágua, El Salvador, Bolívia, México, Peru, Chile e Cuba. Ao final do módulo, os alunos serão avaliados e receberão a programação da próxima etapa, que acontece no início do ano que vem.

Segundo Vantuil Pereira, “além do caráter interdisciplinar e de diálogo com movimentos sociais, o projeto efetiva a articulação entre Ensino, Pesquisa e Extensão”. Ainda de acordo com o coordenador, a parceria Nepp-DH, ESS e ENFF já promoveu a formatura de duas turmas desde 2005. “A turma ‘Adão Pretto’ tem previsão de formatura para meados do ano que vem, quando os alunos apresentarão monografias”, observa.

As turmas são nomeadas de modo a homenagear importantes figuras históricas, como Apolônio de Carvalho e Rosa Luxemburgo, nomes da primeira e segunda turmas, respectivamente. A terceira e atual turma homenageia Adão Pretto, um dos fundadores do MST no Rio Grande do Sul, que se destacou na defesa da causa dos movimentos sociais populares, em especial aos ligados às questões do campo, como a reforma agrária.

Saudação da nova direção da ESS-UFRJ

No último dia 22, a nova Direção da ESS-UFRJ saudou a turma e reforçou a importância do projeto. A diretora Mavi Rodrigues observou que “a nova gestão busca dar continuidade ao que já vinha sendo feito de modo a estreitar mais ainda os laços com os movimentos sociais” e comentou ainda o projeto da ESS-UFRJ de abrir uma turma de assentados da reforma agrária.

A diretora do Nepp-DH, Mariléa Venâncio Porfírio, destaca que, além de aulas expositivas, o projeto de extensão também conta com atividades culturais que contam com exibição de filmes e apresentações de grupos musicais. No dia 31/07 (sábado), o Grupo Canto Libre, de São Paulo, fará uma apresentação, das 16h às 20h, aberta ao público e com entrada franca no campus da UFRJ da Praia Vermelha.

A diretora do Nepp-DH informa ainda que será apresentado aos alunos um curta-metragem produzido pelo Centro de Referência de Mulheres da Maré Carminha Rosa (CRMM-CR) que trata o tema da violência contra a mulher. Após a exibição, haverá uma discussão e cada aluno receberá uma cópia do vídeo. “Desse modo, esperamos que a problemática que envolve a violência contra a mulher seja discutida e divulgada nos assentamentos”, observa a diretora.

Mariléa Venâncio Porfírio destaca ainda a importância do projeto ao possibilitar um diálogo entre os movimentos sociais e a UFRJ. “O papel da universidade como espaço público de produção do conhecimento, de estudos e debates sobre temas da contemporaneidade é fortalecido, além de promover análises críticas sobre a realidade brasileira e internacional”, analisa.

O projeto conta com o apoio de diversas instâncias da UFRJ, que viabilizam o curso contribuindo no financiamento (refeição, alojamento e material didático), infraestrutura, divulgação, organização e acompanhamento. São elas: Pró-Reitoria de Extensão (PR5), Superintendência Geral de Administração e Finanças (SG-6), Prefeitura do Campus, Fundação Universitária José Bonifácio (FUJB), Instituto de Economia (IE), Decania do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), Gabinete do Reitor, Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (PR3) e Coordenadoria de Comunicação (CoordCOM) da UFRJ. Os alunos de pós-graduação da ESS também contribuem na dinâmica e infraestrutura do evento, orientando as monografias de conclusão de curso das turmas.

As aulas acontecem de segunda a sexta, das 8h às 18h, e, aos sábados, das 9h às 12h. A maioria das atividades acontece no auditório da ESS-UFRJ, mas também haverá palestras no Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque do CFCH, ambos localizados no campus da UFRJ da Praia Vermelha. O endereço é Avenida Pasteur, 250, Urca.

Memória do curso: violência doméstica

Na terceira etapa do projeto, que aconteceu no início deste ano, o Nepp-DH promoveu um debate sobre mulheres submetidas à situação de violência. O evento contou com representantes do MST e de outros movimentos sociais. O debate aconteceu no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, e pode ser visto na íntegra no site do Nepp-DH.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

O movimento nasceu da articulação das lutas pela terra, que foram retomadas a partir do final da década de 70, especialmente na região Centro-Sul do país e, aos poucos, expandiu-se pelo Brasil inteiro. O MST teve sua gestação no período de 1979 a 1984 e foi criado formalmente no Primeiro Encontro Nacional de Trabalhadores Sem Terra, que se realizou em 1984, em Cascavel, no estado do Paraná.

Hoje, o MST está organizado em 22 estados e segue com os mesmos objetivos definidos naquele Encontro e ratificados no I Congresso Nacional realizado em Curitiba, em 1985, também no Paraná: “lutar pela terra, pela Reforma Agrária e pela construção de uma sociedade mais justa e fraterna”. (Ver detalhes na página do MST).