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Instituto de Economia realiza seminário sobre problemas raciais do Brasil

Marcelo Paixão, professor do Instituto de Economia (IE) da UFRJ, apresentou na última terça-feira (01/06), o seminário “Desigualdade racial e crise: indicadores de acesso ao mercado de trabalho metropolitano desagregados por cor ou raça em 2009”. O projeto, de co-autoria de Paixão, debate as estatísticas relacionadas a renda, educação e emprego de negros, indígenas e brancos no país. No gráfico, os indivíduos de origem caucasiana são os que ocupam as melhores posições no mercado de trabalho. Já as mulheres pardas e negras ocupam as piores posições.

Para Paixão, o debate sobre cotas raciais não é muito popular no Brasil. De acordo com o professor, a crença de que o país vive em uma democracia racial ainda é grande. “Essa crença faz parte da identidade nacional e não é fácil combatê-la”, afirmou. O docente demonstrou que as mulheres pretas e pardas também são as que mais sofrem com desemprego e atuam em trabalhos informais.

De acordo com o docente, desde que começou a pesquisar os dados, a taxa de desemprego deste grupo nunca foi menor de 10%. “Na maioria das vezes, elas estão empregadas como domésticas, sem carteira assinada. Isso é um absurdo. É muito provável que uma pessoa na sua casa, trabalhando para você seja considerado escravo”, disse.

O economista escolheu o período de Janeiro de 2009 até Janeiro de 2010 para demonstrar como a crise econômica internacional afetou a população negra no país. Para Paixão, as medidas tomadas pelo governo federal, durante este período, atingiram positivamente a economia do país, diminuindo a desigualdade. No entanto, o professor considera que tais iniciativas “não tiveram caráter afirmativo”.