A psicoterapeuta Vera Lemgruber foi a palestrante do evento “Teoria Neurocientífica das Emoções, Neo-darwinismo e Propostas para a Psicoterapia no Terceiro Milênio”, ocorrido no dia 09/10, no Auditório Leme Lopes. Ao abordar o futuro da psicoterapia, Lemgruber sugeriu a maior integração entre a medicina psiquiátrica e a genética. Existiria, no entanto, uma espécie de rivalidade entre as duas áreas. A psicoterapeuta explica que não há razão para isso. “Antigamente, acreditava-se que chegando aos 18 ou 19 anos o desenvolvimento do cérebro cessava. Então, com 33 anos a pessoa já começava a se achar um velho caduco”, brinca.
O que teria acabado com essa noção seriam os estudos do Projeto Genoma, definitivos para a comprovação de que, apesar de não serem produzidos novos neurônios, as conexões entre eles continuam a ocorrer até a velhice. O que é um alívio para aqueles que sofrem de distúrbios neuróticos ou precisam de terapia regenerativa do cérebro. Vera conclui, então, que não há razão para pânico: “A genética deu um substrato importante para a psicoterapia.”
Vera Lemgruber sugere uma abordagem multiperspectiva para os terapeutas do novo milênio. Não bastaria o diagnóstico médico para se chegar à conclusão de como se tratar determinada patologia. Seriam necessários, também, algum envolvimento pessoal com o paciente, técnicas didáticas (como a Teoria do Self, de Carl Rogers, e a Prova dos Nove, de sua própria autoria) e conhecimento de seu histórico de vida. “Existem defesas que na infância foram boas, mas que na vida adulta tornam-se inadequadas e desnecessárias”, explica.
A identificação da patologia, neste sentido, apareceria ligada à seguinte questão: trata-se de uma doença inerente ou de um mecanismo de defesa próprio que deu errado no indivíduo? Dependendo da resposta, o tratamento deverá ser diferenciado.
Gratuito, o evento foi bastante informativo para os psicoterapeutas interessados em aprofundar seus estudos e aperfeiçoar seus métodos de produção do diagnóstico.