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Casamento entre escravos na Freguesia de Jacarepaguá é tema de estudo

A estudante de história Luana dos Santos Correia, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, apresentou na Jornada de Iniciação Científica desta quarta (7/10), os resultados de sua pesquisa “Casamento escravo: Aliança por interesses ou constituição familiar? Até que ponto as uniões escravas envolvem a lógica familiar? Uma breve análise acerca dos casamentos envolvendo escravos na Freguesia de Jacarepaguá entre 1790 e 1837”, orientada pelo professor Flávio dos Santos Gomes.

A pesquisa se baseia em registros canônicos, obtidos junto à Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro, sobre batizados e/ou casamentos entre escravos ou entre escravos e pessoas de outras condições jurídicas na Freguesia de Jacarepaguá, no período de 1790 a 1837.  Esses dados revelam números elevados de uniões nessa região entre escravos ou escravos e alforriados ou homens livres.

Contrariando a historiografia de Gilberto Freyre, que negava a presença da instituição da família entre escravos, a pesquisa revelou a existência de núcleos familiares entre essa população do século XVIII na região da Freguesia de Jacarepaguá. Essas relações eram duradouras e estabeleciam núcleos familiares com pais, avós e filhos, contradizendo a visão de Freyre, que estabelecia essas relações como patologias sexuais, movidas apenas pelo desejo carnal.