A Faculdade de Educação (FE/UFRJ) realizou na quarta-feira, dia 12, uma reunião na sala Anísio Teixeira, no campus da Praia Vermelha, para apresentar as propostas feitas pela Reitoria em relação à transferência da unidade para a Cidade Universitária. A diretora da FE/UFRJ, Ana Maria Monteiro, explicou para alunos, professores e funcionários que a ideia da transferência para outro campus surgiu a partir dos problemas encontrados no funcionamento do curso na Praia Vermelha.
“A formação dos alunos está fragmentada. Algumas turmas já têm aulas na Cidade Universitária, e o gasto com transporte é muito alto para quem precisa estudar nos dois campi. Além disso, vamos receber 33 professores em regime de dedicação exclusiva até o ano que vem e não há espaço suficiente. Não há gabinetes para esses professores”, afirmou.
A FE/UFRJ tinha aprovado a proposta de transferir suas atividades para a Cidade Universitária desde que fossem oferecidas condições adequadas para o pleno funcionamento da unidade naquele campus. A decisão foi tomada no dia 12 de maio de 2009, durante reunião extraordinária da Congregação. Porém, na reunião realizada na quarta-feira, Leonardo Kaplan, representante dos estudantes de pós-graduação da Faculdade, mostrou a análise feita por uma comissão designada pelos conselheiros da Congregação da FE/UFRJ. De acordo com a avaliação da comissão, a Reitoria só teria atendido parcialmente os pedidos da Faculdade.
No documento enviado ao Comitê Técnico do Plano Diretor, a posição da FE/UFRJ destacava que “a transferência para a Cidade Universitária apenas se justifica se forem oferecidas condições para a plena e satisfatória realização das atividades previstas na carreira docente, isto é, ensino, pesquisa e extensão, além das ações administrativas”. Segundo a comissão, a contraproposta da Reitoria não contempla todas as demandas.
O Comitê Técnico do Plano Diretor propõe a divisão de um mesmo prédio para a FE/UFRJ, a Decania do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) e o Núcleo de Estudos de Relações Internacionais (NEI), próximo à Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC), o que não atende às reivindicações solicitadas pela FE/UFRJ. Além disso, o documento com a contraproposta do Comitê Técnico não faz menção ao atendimento de boas condições de transporte e segurança para os alunos. A comissão também considerou que o número de laboratórios oferecido é menor do que o esperado, e o pedido de construção de um Centro de Documentação e Pesquisa em Educação não foi atendido.
Outro ponto presente no documento encaminhado pela comissão era a garantia das condições de funcionamento adequadas na Praia Vermelha enquanto não se realiza a transferência. Na contraproposta da Reitoria, não houve menção sobre o tema.
Por solicitação da comissão, a direção fará um convite ao reitor Aloisio Teixeira e ao presidente do Comitê Técnico do Plano Diretor, Pablo Benetti, para que, numa reunião aberta na Faculdade de Educação, possam esclarecer as dúvidas da comunidade da FE sobre a proposta da Reitoria. Posteriormente, será realizada uma Congregação Extraordinária para deliberação sobre a confirmação ou não da transferência da Faculdade de Educação para a Cidade Universitária.