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Centro de Estudos discute transtornos do pânico

Tratamentos como o uso da realidade virtual e pesquisas feitas no Instituto de Psiquiatria (Ipub) da UFRJ  que buscam coletar dados para ajudar a compor um quadro mais bem definido dos sintomas fisiológicos dos transtornos do pânico ficaram mais conhecidos após a palestra “Transtorno do pânico: aspectos biológicos”, do professor Antônio Nardi, na última quarta-feira (5/8). O Centro de Estudos Professora Lúcia Spitz, do Serviço de Psiquiatria e Psicologia Médica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) da UFRJ, convidou o professor do Ipub para dar detalhes sobre o transtorno do pânico,  uma condição que deflagra no indivíduo ataques de pânico diante de certas situações e pode ser controlada através de remédios e diferentes terapias.

Alguns pacientes com pânico têm utilizado a tecnologia de realidade virtual no tratamento. Eles participam de um filme no qual entram e saem de um ônibus retido no trânsito dentro de um túnel. Em estudos feitos com ressonância magnética funcional, os pesquisadores coletam dados para análise enquanto o paciente assiste a esses vídeos.

“Há várias alterações fisiológicas através das quais conseguimos diferenciar claramente os pacientes de pânico. Esse vídeo foi escolhido, pois a simulação do ônibus cheio dentro do túnel é uma das situações mais temidas por pacientes com pânico no cotidiano”, relata o especialista. Ele ressalta que, apesar de ter sido feito um estudo-piloto, foram notadas diferenças nas relações entre frequência respiratória e cardíaca.
O palestrante abordou também trabalhos envolvendo outros distúrbios. “Temos um projeto com fobia social, em que estamos avaliando a capacidade de se desenvolver habilidade social nos fóbicos desse transtorno. Também temos estudos diferenciando os pacientes quanto à resposta à cafeína e ao tratamento farmacológico”, conta Nardi.

Segundo Nardi, um grupo do Ipub utiliza terapia cognitivo-comportamental em pacientes bipolares e há também um trabalho,  desenvolvido junto ao Instituto de Ginecologia (IG), que envolve  pacientes com síndrome de ovário policístico, cuja prevalência de depressão e transtornos de humor é maior.