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Palestra discute tecnologia e gestão do conhecimento

O Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC/UFRJ) abriu as atividades em 2009 com a realização na última quinta-feira, dia 12, da palestra “Sociedade do Conhecimento”, apresentada por Marcos Cavalcanti, coordenador do Centro de Referência em Inteligência Empresarial (CRIE/COPPE/UFRJ). O palestrante questionou a preocupação de empresas e instituições em obter lucratividade em detrimento do desenvolvimento de conhecimentos gerados a partir de redes.

Segundo Cavalcanti, 55% da riqueza do mundo veio do conhecimento. O sistema operacional Linux, por exemplo, foi criado independente de fatores de produção, necessitando em maior escala da gestão do conhecimento, que abarca por conseqüência investimentos em marketing e logística, com pesos cada vez mais crescentes no valor final do produto. Em uma análise sobre a situação do Brasil, Cavalcanti identifica um forte potencial em relação à biotecnologia, principalmente pelas possibilidades que a Amazônia oferece. A exploração da floresta precisa ser repensada para que as riquezas não sejam desperdiçadas em meio às práticas de produção de madeira, por exemplo.

Segundo dados do Institut for the Future sobre as exportações nos EUA em 2006, bens intangíveis ultrapassaram os bens tangíveis: uma demonstração de que cabe ao Brasil desenvolver estratégias de investimentos de gestão de conhecimento, que atualmente apresenta capacitação em Tecnologia de Informação (TI): “somos bons em TI, mas essa não é uma estratégia do país”, afirma Cavalcanti.

Em relação à propriedade intelectual, segundo ele, é preciso pensar em novos modelos de negócio, uma vez que o desenvolvimento de novas tecnologias expande as fronteiras do direito autoral, tornando o sistema de copyright (direito sobre a cópia) defasado. Além disso, o especialista citou o crescimento do conceito de personalização em massa, uma expressão usada para se referir ao modo de adequação das características de um produto às preferências do consumidor. Ele abordou também o interesse crescente em conteúdo e inovação, criados por meio de redes de conhecimento: “o conhecimento criado sozinho é mais difícil”, conclui.