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Reitoria vai ao CCMN debater PRE/UFRJ

No encontro, o reitor divulgou as projeções realizadas pela Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3/UFRJ), com base nos recursos previstos pelo Reuni. Elas indicam que a UFRJ terá, em 2012, cerca de 180 milhões de reais de orçamento de custeio e 110 milhões para despesas de capital.

   Debate do PRE no CCMN
Dois bilhões de reais para investimentos na Educação Superior até 2012. Essa é a quantia que o Ministério da Educação prevê injetar, ao longo de quatro anos, nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) para sustentar as despesas de custeio geradas pela aplicação das metas de ampliação propostas no Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), lançado em abril deste ano.

Na reunião desta quarta-feira (12), realizada entre a equipe da reitoria e professores do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) para discutir o Programa de Reestruturação e Expansão da UFRJ (PRE/UFRJ), o reitor Aloísio Teixeira divulgou as simulações de orçamento e investimentos realizadas pela Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3/UFRJ) com base nos recursos previstos pelo Reuni.

Já em 2008, a UFRJ contará com 16 milhões de reais a mais em seu orçamento para as despesas de custeio (que incluem gastos com pessoal, serviços e material), totalizando R$ 108 milhões. As verbas, cujo aumento anual está condicionado ao cumprimento das diretrizes traçadas no PRE, atingirão, em 2012, o montante de 180 milhões de reais.

De acordo com os cálculos realizados pela PR-3, esses recursos irão viabilizar a contratação de 700 docentes, 800 servidores técnicos-administrativos de nível médio e 800 funcionários de nível superior. Os gastos com pessoal custarão à universidade R$ 66,5 milhões. As verbas restantes, cerca de 110 milhões, segundo o reitor Aloísio Teixeira, poderão ser empregadas em outros custeios.

Além disso, as Ifes serão contempladas com R$ 500 milhões anuais destinados às despesas de capital (relacionadas à obtenção de máquinas e equipamentos, à realização de obras e à aquisição de imóveis, por exemplo). No caso específico da UFRJ, até 2012, a universidade terá 110 milhões de reais para investir em sua ampliação: “Apesar de serem insuficientes, não podemos negar que esses são recursos expressivos, principalmente se considerarmos que, até alguns anos, não tínhamos um centavo para investimento”, lembrou Aloísio Teixeira.

Na opinião de Rodrigo Volcan, professor recém-concursado do Instituto de Química (IQ), as verbas destinadas pelo Reuni são incapazes de melhorar as atuais condições da instituição universitária brasileira. Volcan afirmou ainda que os recursos previstos, quando confrontados com a ampliação de vagas pretendida pelo governo federal, implicam, na prática, a redução de recursos por aluno na universidade.

Laura Tavares, pró-reitora de Extensão (Pr-5), salientou que a vinculação de verbas ao cumprimento das metas de expansão confere legitimidade ao processo de reestruturação: “é contraditório discutirmos a questão do financiamento. O reitor não pode abrir mão de recursos transparentes e reservados para a Graduação quando, quase sempre, nós não questionamos os fundos de Pesquisa que, muitas vezes, são privados”, disse.

Departamentos e manutenção da qualidade

Alguns professores do CCMN que se manifestaram durante o encontro com a administração central elegeram a extinção da estrutura departamental como etapa imprescindível para a obtenção da multidisciplinaridade defendida nas páginas do documento do PRE. Os docentes exemplificaram as dificuldades perpetradas pelos departamentos à realização de atividades interunidades e propuseram alternativas à atual estrutura administrativa da universidade.

Os professores debateram também a necessidade de manter a qualidade de ensino durante o processo de expansão de vagas de Graduação. Para setores do CCMN, a UFRJ não poderá equacionar as deficiências dos níveis médio e fundamental de ensino. “Não compartilho do entusiasmo  de que, ao dobrar o número de alunos, mudaremos a cara da universidade. Para entrar aqui, o estudante tem que ter um mínimo de conhecimento. Não podemos provocar a revolução no topo da estrutura do ensino. As mudanças devem ser feitas na base, ou seja, no ensino médio e no fundamental”, observou Flávio, professor do Instituto de Matemática (IM).

Milton Flores, superintendente geral de Administração e Finanças (SG-6), apontou que a grande ameaça à qualidade na UFRJ não é exatamente o ingresso de mais estudantes: “a qualidade não será perdida com a ampliação de vagas, mas sim com a manutenção da estrutura elitista que existe hoje aqui”, ressaltou.

Na quinta-feira, 13 de setembro, o reitor vai se reunir com funcionários técnicos-administrativos do Sindicato de Trabalhadores em Educação da UFRJ (Sintufrj) para o debate sobre o PRE. O encontro acontecerá às 16h, na sub-sede do Sintufrj, localizada no Hospital Universitário.

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