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LECC organiza Encontro de Comunicação Comunitária

O II Encontro de Comunicação Comunitária do Rio de Janeiro aconteceu neste dia 21, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ. O evento foi organizado pelo Laboratório de Estudos de Comunicação Comunitária (LECC) da UFRJ, com o intuito de promover um diálogo sobre a comunicação comunitária, contando com a participação de representantes de setores fundamentais da sociedade, como o poder público, organizações privadas e representantes de movimentos sociais.

Ivana Bentes, diretora da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ, fez a abertura do evento, afirmando a importância da universidade em promover este tipo de discussão: “finalmente a universidade está se abrindo para estas questões que estão acontecendo fora de seus muros”.

O evento se estendeu por todo o dia, abordando temas diversos, como as possibilidades de representação política da Comunicação Comunitária, o diálogo social como ferramenta de empresas e movimentos sociais e as fronteiras das comunidades como estereótipos para julgamentos éticos e estéticos da mídia. Também destacou-se a importância das rádios comunitárias para esse tipo de comunicação, assim como as dificuldades que elas enfrentam para sobreviver, “principalmente neste governo, em que a repressão às rádios comunitárias aumentou em 78%”, afirma Graça Rocha, membro da Federação da Associação de Rádios Comunitárias (FARC) no Rio de Janeiro.

Também esteve presente no evento Janaína Oliveira, conhecida como Rap Re.fem., nome que significa Revolta Feminina. Ela levou à discussão, o machismo, o papel da mulher na sociedade e como transformar sua posição subordinada através do estilo musical Hip Hop: “minha missão é conscientizar a mulher de que ela tem que lutar por seus direitos”. Através da exibição do filme Rap de Saia, produzido por ela mesma, Re.fem., estudante de Publicidade, abordou questões como a ditadura da beleza e a ditadura do cabelo liso e deixou um recado aos alunos de comunicação social: “devemos acabar com ditadura da publicidade, porque a menina da favela não tem dinheiro para fazer uma escova progressiva ou para comprar um tênis de marca”.

Laboratório de Estudos de Comunicação Comunitária (LECC)

No Laboratório de Estudos de Comunicação Comunitária, professores e alunos de Graduação e Pós-Graduação da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ realizam pesquisas sobre comunicação, propondo-se a analisar a mídia e as mediações sócio-culturais, incrementar as pesquisas em comunicação comunitária na universidade, oferecer programas de formação prática de profissionais vinculados a rádios comunitárias, e pesquisar a diversidade cultural e comunicacional, por ser ela uma possibilidade de se promover a troca e a interação social.

Para Raquel Paiva, coordenadora do LECC, o laboratório é o lugar em que se produz reflexão e formas de se discutir a comunicação e outras tantas questões: “o nosso papel é proporcionar interpretação, reunindo intelectuais orgânicos, visto que não existe revolução das massas só pelas massas, sem a presença de um intelectual orgânico. A função do LECC é proporcionar mentes críticas”.