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Museu Nacional completa 188 anos

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Criado em 06 de junho de 1818, por D. João VI, O Museu Nacional/UFRJ está completando 188 anos. E vai comemorar esta data com a abertura de duas exposições no dia 5: Arqueologia Pré-Colombiana e Culturas Mediterrâneas -Afrescos de Pompéia. São mais de 500 peças que remontam o legado cultural deixado por povos que habitaram a América Latina e a Europa. As exposições foram montadas com o patrocínio da Fundação Vitae.

Além da exposição, o Museu Nacional tem mais motivos para comemorar. No mesmo dia, inaugura seu novo sistema de segurança formado por câmeras instaladas em diversas áreas do palácio, adquirido graças a recursos do IPHAN/MINC. Também será inaugurada a reserva técnica de Malacologia, também patrocinada pela Fundação Vitae.

Arqueologia Pré-Colombiana
Composta por um acervo em que a maioria das peças é inédita ao público, incluindo uma múmia Aymara, a mostra traz as origens das populações americanas e conta um pouco da história da ocupação das Américas. Procurando respeitar a diversidade cultural da América pré-colombiana, e ao mesmo tempo apontar elementos que apontam para uma possível identidade ameríndia, as peças foram organizadas por ordem temática. Essa abordagem pretende facilitar a leitura de objetos que compartilham uma mesma simbologia, composição ou tradição cultural. Estão representadas na mostra as culturas Chimú, Chancay, Inca, Huari, Tiahuanaco, Mochica, Nazca, Ichma e Lambayeque. O público que visitar o museu vai conhecer artefatos utilizados por estes povos em rituais da montanha, da costa, instrumentos musicais, além de cerâmicas de formas diversas.

O grande destaque da mostra está na sala das mumificações: uma múmia Aymara, envolvida por um cesto, que será exposta pela primeira vez; uma múmia indígena brasileira de 600 anos que foi doada a D. Pedro II; uma múmia chilena, do deserto do Atacama, que sofreu uma mumificação natural a partir do frio e do tempo seco do deserto; e uma cabeça Jívaro que surpreende pelo seu tamanho.

Um grande atrativo da mostra são os tecidos pré-colombianos, que foram higienizados e acondicionados com o apoio da Fundação Vitae. Entre os tecidos, os destaques são dois KIPOS – instrumento de contar utilizado pelos Incas e um manto Chancay de 3 metros. Uma vitrine de “tecelagem” traz algumas curiosidades como as cestinhas para guardar utensílios de tecer com birros, fusos, agulhas de osso, novelos de lã e de linha. Além disso, também estarão dispostos alguns exemplos dos diferentes pontos, materiais, cores e temas utilizados: há tecidos de lã, linha, lã de vicunha, lã de lhama, todos dispostos num grande mostruário.

A exposição contará também com uma grande coleção de peças da Venezuela e da Amazônia, onde se encontra uma proximidade cultural entre os povos desses lugares distintos.

Culturas Mediterrâneas – Afrescos de Pompéia
Na mostra Culturas Mediterrâneas o destaque são quatro afrescos da cidade de Pompéia que foram trazidos ao Rio de Janeiro em 1855 e que hoje fazem parte da coleção da Imperatriz Teresa Cristina. Esses afrescos pertenciam às paredes de um santuário de Pompéia, o Templo de Ísis, voltado para o culto de uma deusa egípcia da época romana, foi um dos sítios arqueológicos mais conhecidos pelos visitantes do século XVIII. Restaurados por uma equipe de italianos chefiada por Pietro Tranchina, com a participação de técnicos do Museu Nacional, e o patrocínio da União Latina, em 2004, os afrescos retornam à exposição permanente do museu, onde o público poderá apreciar o resultado deste trabalho.

Dois dos afrescos representam monstros marinhos, um destes é uma espécie de cavalo-marinho que desdobra seu corpo de serpente entre dois golfinhos. O outro é um dragão marinho, também colocado entre dois golfinhos, e em simetria com o primeiro afresco. O terceiro painel mostra dois pavões empoleirados em candelabros estilizados, e na parte de baixo destaca-se uma paisagem evanescente, que imita uma moldura. Este painel estava colocado na parte superior da parede do Templo, e atrai pela beleza dos pássaros desenhados. O quarto afresco é mais enigmático; na zona superior distingue-se um cesto suspenso entre duas pequenas guirlandas, no que seria uma alusão a um dos ritos do culto a Baco, em que objetos sagrados são transportados em um cesto. O estilo dessas pinturas revela que elas pertencem ao período final de Pompéia, cerca de dez anos antes da erupção do Vesúvio, em 79 d.C.. São obras-primas da pintura de Pompéia, chamada de “IV Estilo”, e representativas da decoração mural apreciada pelos habitantes de Pompéia e Herculano no primeiro século de nossa era.

Além disso, a mostra contará também com painéis informativos com mapas da região mediterrânea e seis vitrines que foram refeitas, reapresentando de forma diferente os bronzes, cerâmicas, os falos, material de tocador, estatuetas de terracota, uma ânfora de bronze e todo o restante da coleção greco-romana.

Inauguração: 05 de junho, às 17h.
Aberta ao público a partir do dia 06 de junho (terça-feira)
Horário: de terça a domingo, das 10 às 16h.
Entrada: R$ 3,00. Grátis para crianças até 5 anos e pessoas acima de 65
Local: Museu Nacional – Quinta da Boa Vista, s/n, São Cristóvão, tel. 21-2568-8262

Programação da Exposição Afrescos de Pompéia e Arqueologia Pré-colombiana
Dia 5
15h – Abertura
15h30 – Homenagens
16h – Inauguração dos sistemas de segurança e da Reserva Técnica da Malacologia
17h – Inauguração das exposições: Afrescos de Pompéia e Arqueologia Pré-colombiana