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UFRJ tem projeto para Vila Residencial

Com histórico anterior ao da própria construção do campus da Ilha do Fundão, a Vila Residencial dos Funcionários da UFRJ vem lutando por melhorias de urbanização e qualidade de vida para sua população. Ela ocupa uma área de 20 mil metros quadrados, reunindo quase 2000 mil pessoas, em aproximadamente 350 residências.

agencia1353T.jpgPró-Reitoria de Extensão procura interagir com Associação de Moradores do campus da Ilha do Fundão.

Com histórico anterior ao da própria construção do campus da Ilha do Fundão, a Vila Residencial dos Funcionários da UFRJ vem lutando por melhorias de urbanização e qualidade de vida para sua população. Ela ocupa uma área de 20 mil metros quadrados, reunindo quase 2000 mil pessoas, em aproximadamente 350 residências.
A Reitoria da Universidade, através de um programa da PR-5 (Pró-Reitoria de Extensão), tem por objetivo utilizar o local como um laboratório social, fazendo uso das diversas áreas do conhecimento que a própria instituição possui, baseado em 3 pilares: saúde, educação e desenvolvimento social, e urbanismo. O projeto consiste em uma troca de saberes entre a comunidade acadêmica e os moradores da vila. Algumas unidades já realizam trabalhos no local, como a Escola de Enfermagem Anna Nery, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e a Escola Politécnica. A idéia é que a partir do modelo da vila, as propostas desenvolvidas possam ser exportadas para outras comunidades. Reuniões estão sendo feitas entre os membros da associação de moradores, a UFRJ e o BNDES que deverá financiar o projeto.
A coordenação geral deste programa de extensão é da Prof.ª Selene Alves, da PR-5, do Prof º Pablo Benetti, da FAU, e de Rejane Gadelha, da Associação de Moradores da Vila Residencial dos Funcionários da UFRJ (AMAVILA).
Após a gestão do ex-reitor José Henrique Vilhena, que queria remover a vila do campus, a associação de moradores reorganizou sua estrutura para garantir as moradias. Atualmente é dirigida por um colegiado, que se subdivide em 3 conselhos: diretor, deliberativo e fiscal; trabalhando em conjunto por melhores condições de vida.
Antes mesmo da construção do campus, na década de 40, já havia algumas pessoas na região. Na primeira metade dos anos 70, o terreno foi cedido para abrigar os trabalhadores da construção da Ponte Rio-Niterói. Com o tempo, os moradores construíram sua própria rede de esgotos, que são lançados sem tratamento na Baía de Guanabara. A Light instalou luz nas residências só na década de 80, o fornecimento de água foi resolvido com uma extensão da UFRJ, ainda falta asfalto nas ruas e áreas de lazer e esporte para as crianças.
Parte dos moradores da vila não são funcionários, muitos são descendentes daqueles que inicialmente moraram e trabalharam no local, herdando assim as casas construídas. O terreno ainda é da União, e alguns moradores só conseguiram suas casas através de outras pessoas que passaram a documentação, como é o caso da funcionária e membro do colegiado da AMAVILA, Vera Lúcia Valente Freitas, que há 12 anos mora e trabalha na Ilha do Fundão: “A vila não foi projetada para os funcionários da UFRJ, e hoje em dia é difícil conseguir uma casa”, explica ela.
Os moradores dizem que a violência não é o maior problema. O clima de cidade do interior permite que todos se conheçam e as crianças brincam na rua sem preocupação. Acreditam, porém, que a relação vila/universidade pode render muito mais. A urbanização do lugar e o investimento na educação dos jovens que vivem lá são as questões que exigem maior atenção no momento.