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Modelo matemático para doenças cardiovasculares

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A criação de um modelo matemático por pesquisadores da Coppe/UFRJ está possibilitando a médicos do Hospital Universitário e do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho a obtenção de um novo enfoque para tratamento de doenças cardiovasculares. O modelo permite aliar dados genéticos – alterações em genes – e fatores de risco ambientais e precisar quem poderá ser candidato a doenças cardiovasculares, como acidente vascular encefálico e infarto do miocárdio.

Até agora os pesquisadores escolheram um marcador genético – o gene angiotensinogênio – que se subdivide nos genótipos MM, MT e TT e o estudaram em 116 pacientes do Hospital Universitário, associando-os a fatores de risco como obesidade, hipertensão arterial, tabagismo e diabete e concluíram que:

1)no enfoque realizado independente do sexo, quem tem o genótipo MM sofre menos de hipertensão arterial (47%), se comparado àqueles que são MT (58%) ou aos TT (68%);

2)ainda independente do sexo, os MM sofrem mais de obesidade (30%), enquanto a obesidade atinge 28% dos MT e 21% dos TT.

3)Se separarmos por sexo, os homens MM têm menos chance de sofrer de hipertensão (40%) se comparados aos MT (75%) ou os TT (88%);

4)Nas mulheres, a diferença dos genótipos é praticamente indiferente para o risco de hipertensão na idade jovem, mas piora muito com a chegada da menopausa.

Estes e outros dados mostram que é possível, através de estudos sofisticados de genes associado a fatores de risco, mudar o enfoque terapêutico e determinar exatamente quem poderá, no futuro, ter problemas relacionados às doenças cardiovasculares.

O pesquisador Edson Rondinelli, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, e o médico Nelson Souza e Filho, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, estão estendendo o estudo para 1060 funcionários do Cenpes-Petrobras, no Rio de Janeiro, onde já foram coletados dados clínicos e análises bioquímicas, assim como o DNA de cada indivíduo para o estudo dos genes de susceptibilidade a doenças cardiovasculares. Entre os dados preliminares do estudo clínico no Cenpes-Petrobras, foram encontrados 60% de casos de sedentarismo, 15% de hipertensos, 2% de diabetes e 60% de obesos ou de sobrepeso. A partir desses resultados, o Cenpes-Petrobras iniciou uma série de medidas que visavam a mudanças em alguns fatores de risco. Foram introduzidos exercícios durante o expediente e houve mudança no cardápio alimentar oferecido aos funcionários. Os dados serão analisados, agora, com os genótipos de cada um dos indivíduos para identificar aqueles que fazem, realmente, parte do grupo de risco.
Dados – As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil. Cerca de 30% dos óbitos são devidos a esse grupo de doenças. O acidente cardiovascular encefálico e o infarto agudo do miocárdio são as principais causas de óbitos cardiovasculares e ocorrem em faixas etárias mais jovens que nos países desenvolvidos.