LABDOP da UFRJ é referência no Brasil e no Mundo

A UFRJ possui um Laboratório altamente especializado em exames “antidoping” no Brasil, o LABDOP , Laboratório de Controle de Dopagem do LADETEC, Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico do Instituto de Química, no CT.
O LADETEC começou com serviços de Pesquisa e Desenvolvimento, envolvendo Cromatografia Gasosa de alta Resolução e Espectrometria de Massa, para indústrias e centros de pesquisas em 1984.
Apenas cinco anos depois, entrou na área de controle de dopagem com o apoio da CBF e do Dr. Eduardo De Rose, da Comissão Médica do Comitê Olímpico Internacional, para realizar o controle “antidoping” da Copa América de Futebol daquele ano.
Foi fundado então, o LABDOP, nas próprias instalações do LADETEC e, desde então, tem auxiliado a mais de 50 Federações Desportivas nacionais e internacionais, empregando sempre a metodologia de referência do Comitê Olímpico Internacional, COI.
Paralelo a isso, o Laboratório iniciou também o controle de resíduos de anabolizantes em carnes para o MAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A área de atuação do LABDOP – LADETEC é a análise de resíduos de substâncias orgânicas em matrizes complexas. Atuando, desta forma, em farmacologia, toxicologia, química forense, alimentos, várias especialidades médicas que dependem de medicamentos (em geral quimioterápicos), controle de abuso de drogas e de dopagem no esporte; controle, remediação ou disposição de resíduos e rejeitos industriais, hospitalares ou domésticos; controle de matéria prima, processos e produtos industriais, controle ambiental de ar, águas, solos e sedimentos; desenvolvimento e controle da qualidade de combustíveis fósseis e alternativos.
Atualmente, é o único laboratório de universidade brasileira credenciado para ensaios, pelo INMETRO, em conformidade com os requisitos da NBR ISO 17025, fazendo parte da rede Brasileira de Laboratórios de Ensaio (RBLE-Inmetro). É também o único laboratório brasileiro credenciado pelo Comitê Olímpico Internacional para controle de dopagem no esporte, MAPA para análise de resíduos em alimentos, ANVISA para ensaios em Toxicologia Forense. Aguarda, ainda, finalização do credenciamento pela ANVISA, para realizar ensaios analíticos em bioequivalência.
É importante frisar que as mesmas técnicas que são usadas para fazer o controle de “doping” no esporte são usadas na área de alimentos e na área biomédica.
Nos alimentos, o laboratório faz análises de resíduos, substâncias que são administradas aos animais ou aplicadas na lavoura e que ficam como resíduo que podem depois contaminar o consumidor, daí a importância de detectá-los para poder melhorar a prática de agropecuária, exigência para as exportações brasileiras, uma vez que, no exterior não se aceita receber nenhum tipo de material da agroindústria que contenha estes contaminantes. Bom também para o povo brasileiro que não consumirá alimentos contaminados.
Já na área médica, o Laboratório atua em diferentes segmentos, como em oncologia, por exemplo, em parceria com o INCA e com o Hospital Fernandes Figueira da Fiocruz, além de outros hospitais empregando suas técnicas para controle de “doping” em acompanhamento de pacientes que estão em tratamento.
Paralelamente a este tipo de trabalho, o laboratório possui ainda o grupo de Erros Inatos do Metabolismo que faz análises clínicas para o diagnóstico precoce de doenças metabólicas, de suma importância. Ao nascer, o bebê, caso possua alguma deficiência em seu metabolismo, pode acumular certas substâncias no organismo ou, ao contrário, não produzir as substâncias que ele precisaria para se desenvolver e, tanto num caso quanto no outro, isso resulta em problemas seríssimos, normalmente neurológicos, levando estas crianças até a um possível falecimento prematuro. Com o diagnóstico precoce, há tratamentos bem simples que são capazes de reverter este processo, levando a um adulto sadio graças à caracterização da doença nas primeiras semanas de vida.
O laboratório visa ainda aperfeiçoamento do seu Sistema de Gestão da Qualidade. No ano passado, recebeu a premiação ouro no PQRio do ciclo de 2003. Essa premiação acarretou o recebimento do certificado de reconhecimento do programa qualidade do serviço público do governo federal – PQRSP em 2004, mostrando que é possível, em uma instituição de pesquisa pública, se ter a gestão de qualidade de qualquer empresa do país. “Ao gerar bem seus recursos, você atinge mais produção com menos gasto. Gostaria de ter isso como um modelo (para o serviço público) e mostrar que é possível atuar desta forma”, afirma o professor Francisco Radler, do Instituto de Química, lembrando que apenas duas instituições ganharam o ouro no ano passado, a UFRJ e o Hemorio.
Sobre a importância e reconhecimento deste laboratório, Tarcísio Pereira da Cunha, gerente de qualidade do LADETEC, garante que um dos fatores decisivos na escolha do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro para sediar os jogos Pan-Americanos de 2007 foi a existência de um laboratório creditado pelo COI no controle de dopagem nos esportes. Em janeiro de 2004, o LABDOP recebe o Secretário do Ministério dos Esportes, André Almeida Abrantes, a fim de que o Ministério possa contribuir ainda mais para seu desenvolvimento. Em fevereiro, o próprio Ministro dos Esportes visitou o laboratório para protocolar sua determinação em auxiliar o laboratório para que atinja a capacitação necessária para participar de um Pan.
A ideologia do LADETEC foi sempre fazer análises de ponta, de modo que não houvesse outro laboratório do país que pudesse fazer a mesma coisa, com a mesma qualidade, portanto, associando a prestação de serviços à pesquisa.
Hoje, o laboratório mantém sua arrecadação na faixa de 400mil dólares por ano com a prestação de serviços, verba integralmente reinvestida na própria capacitação do pessoal e no seu desenvolvimento.
O LABDOP – LADETEC vem comprovar que a UFRJ e o seu Instituto de Química possuem laboratórios de qualidade reconhecida, nacional e internacionalmente.