Escola de Música promove concerto com Haydn e Dvorák, dia 26
O Quarteto Continental, que desde 94 vem se apresentando ao grande público apreciador da música de câmara não só em salas do Rio de Janeiro como em muitas outras de todo o resto do país, é o responsável pelo segundo concerto da Série Câmara Master na sua temporada de 2004. O grupo executará no próximo dia 26, às 18h30m, no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ, o “Quarteto em Dó Maior opus 54 no 2” de Joseph Haydn, e o “Quarteto em Mi Maior opus 80” de Antonin Dvorák. Pouco mais de 100 anos de música separam uma peça da outra. A entrada é grátis.
O grupo é formado por músicos premiados nacional e internacionalmente, integrantes da Orquestra Sinfônica Brasileira – Clóvis Pereira (violino), Ana Rachel Feitosa (violino), Nayran Pessanha (viola) e Paulo Santoro (violoncelo). O repertório, sem dúvida, despertará a curiosidade da platéia. Inicialmente o programa escolhido privilegia um mestre dos quartetos – Joseph Haydn (1732-1809). Compositor austríaco, considerado “o pai” deste gênero, assim como das sinfonias, foi autor de 84 deles ao longo de sua obra. A peça escolhida, “Quarteto em Dó Maior opus 54 no 2”, composta em 1788, não é de todo desconhecida do grande público.
Já o “Quarteto em Mi Maior opus 80”, composto em 1876 pelo theco Antonín Dvorák (1841-1904) é um número musical pouco conhecido. Segundo o violoncelista Paulo Santoro, a peça não vem sendo executado nos últimos dez anos em nossas salas de concerto. Um dos integrantes do Quarteto Continental escutou a execução da musica na Europa. Encantado por sua beleza melódica, providenciou sua partitura.
Certamente, uma boa surpresa pode ser aguardada pela platéia que, deste modo, terá oportunidade de conhecer um pouco da obra deste compositor tcheco do século XIX que, por utilizar temas do folclore de seu país, tornou-se bastante popular nas salas de concerto européias. Neste mês de maio, o centenário da morte de Dvorák vem sendo registrado por diversos centros musicais no mundo inteiro.
Santoro acredita agradar a platéia com tal repertório. Professor recém-concursado (janeiro de 2004) do Departamento de Música de Câmara, da EM/UFRJ, o violoncelista acredita que na própria Escola, entre os alunos, está o público capaz de apostar num espetáculo diferente e ter para com ele uma boa acolhida. “Além do mais, é importante para a formação do aluno ver o professor num palco, também como intérprete”, acrescenta.
Sobre os intérpretes – Clóvis Pereira, nascido em Recife em 1966, aos oito anos de idade, iniciou seus estudos no Conservatório do Recife. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1983, tendo estudado violino por quatro anos na classe do professor Paulo Bosísio. Viajou em 1991 para Alemanha, onde estudou na Escola Superior de Música de Frankfurt/Main. Teve aulas com Edith Peinemann e Ida Bieler. Em 1995, através de concurso, ganhou o posto de spalla da Orquestra da Rádio da Dinamarca, em Copenhague, sob a regência do maestro Adam Fischer. Retornando ao Brasil, em 2002, obteve por concurso, no ano seguinte, o cargo de spalla de segundos violinos da Orquestra Sinfônica Brasileira.
Ana Rachel Feitosa iniciou seus estudos de violino com a professora Suray Soren, e atualmente é aluna do professor Michel Bessler. Vencedora de diversos concursos nacionais, estudou também com bolsa recebida pelo professor Pierre Amoyal em Lausanne, Suíça. Atua como concertino da Orquestra Sinfônica Brasileira e é spalla da Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem, desde a sua criação.
Nayran Pessanha nasceu em Nova Friburgo (RJ) e fez seus estudos teóricos no Conservatório de Música de Niterói. Foi aluno de violino de Rachel Ciuffo, Rudolpho Leye e Alberto Jaffé. Incentivado por este último a dedicar-se à música de câmara, participou de inúmeros festivais, entre eles os de Teresópolis, Ouro Preto, Petrópolis, Florianópolis e Curitiba. Como violista do Quarteto de Cordas da UFF, apresentou-se em várias cidades do Brasil e Europa. Viajou com a Orquestra Sinfônica Brasileira em turnê pela Europa, Estados Unidos e Canadá. Atualmente é spalla do naipe de violas da OSB e regente preparador da OSB Jovem.
Paulo Santoro é carioca e forma também, com o seu irmão gêmeo, Ricardo, o Duo Santoro. Os dois violoncelistas iniciaram seus estudos musicais com o pai, o contrabaixista Sandrino Santoro. Estudou, em 1999, na Indiana University School of Music, Bloomington, tendo terminado o curso com nota máxima. Teve aulas de violoncelo com os professores Emilio Colón e Tsuyoshi Tsutsumi, e Master Class com Janos Starker. Fez parte da Indiana University Philharmonic Orchestra e da Indiana University Concert Orchestra sob a regência dos maestros Kurt Masur e Mistislav Rostropovitch entre outros. Participou ainda do Indiana University Cello Ensemble. Desde 1986 Paulo é violoncelista da Orquestra Sinfônica Brasileira, apresentando-se em recitais por todo o Brasil, além de tocar como solista de várias orquestras. Atualmente participa do Brasil Trio, do Duo Santoro de Violoncelos e do Quarteto Santoro. É professor do curso de graduação em violoncelo do Conservatório Brasileiro de Música e professor de música de câmara da Escola de Música da UFRJ.
Sobre a Série Câmara Master – Iniciada em 2001 e com apresentações mensais, a Série é coordenada pelos professores da Escola de Música/UFRJ, Jorge Armando e Ricardo Santoro. Seus participantes são professores da Escola, de qualquer especialidade, e também alunos. A programação é bastante variada e jamais repetida.
Programa do dia 26
J. Haydn – Quarteto em Dó Maior opus 54 no 2
Vivace
Adagio
Minuetto
Finale
A. Dvorák – Quarteto em Mi Maior opus 80
Allegro
Andante con moto
Allegro scherzando
Allegro con brio
Série Câmara-Master – Quarteto Continental (Clóvis Pereira, violino; Ana Rachel Feitosa, violino; Nayran Pessanha, viola; e Paulo Santoro, violoncelo) interpretando peças de J. Haydn e A. Dvorák. Dia 26 de maio, às 18h30m, no Salão Leopoldo Miguez da Escola Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Rua do Passeio, 98 – Centro. Tel.: 2240-1391 e 2240-1491. Grátis. Não serão distribuídas senhas.