O ser humano vive, em média, 72 anos. Nessas mais de sete décadas, cada pessoa precisa lidar com as descobertas e mudanças que acontecem nos seus corpos com o passar dos anos. Ossos, músculos, órgãos e muitos outros elementos permitem o funcionamento do nosso organismo e geram grande curiosidade: como somos por dentro?
Essa é uma das perguntas a que o Museu da Anatomia, dedicado ao estudo do corpo humano, pretende responder. Parte do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), o espaço completa 5 anos em 2022 e pode ser visitado no subsolo do Bloco F do Centro de Ciências da Saúde (CCS), na Cidade Universitária.
O Rolé UFRJ encontrou a bióloga Ludmila Ribeiro, coordenadora do Museu, para uma visita guiada pelo corpo humano visto por meio de peças anatômicas preparadas por estudantes, técnicos e professores do ICB durante anos. Os exemplares passaram pelo processo de plastinação, que consiste em retirar os líquidos e lipídios presentes na peça e, posteriormente, substituí-los por uma série de produtos químicos que permitem a conservação. Esse método auxilia na preservação de materiais biológicos, deixando-os o mais próximo possível de como sua aparência seria em vida.
“O acervo é constituído por modelos didáticos produzidos por alunos, esculturas anatômicas em cera centenárias, fotografias artísticas e, principalmente, por ossos humanos, músculos e órgãos reais plastinados que também podem ser manipulados pelos visitantes”, conta Ribeiro.
Constituída por vitrines dispostas no corredor, a exposição Por Dentro do Corpo passa por reorganização periódica a fim de promover sempre a experiência mais rica aos visitantes. Desde a inauguração, foram acrescentados modelos didáticos herdados do projeto Museu 3D. Além das peças, a exposição conta com a mostra fotográfica Orgânica, fruto do trabalho artístico da fotógrafa Juliana Theberge, que revela a beleza e similaridade entre a anatomia humana e a vegetal.
Um olhar para dentro
De acordo com Ribeiro, a idealização do Museu de Anatomia surgiu da inquietação de técnicos e professores com a falta de um lugar que permitisse ao público, interno e externo, uma compreensão maior de como o corpo humano funciona. Assim o ICB decidiu transformar o trabalho produzido pela Universidade em um ambiente de divulgação científica para a comunidade.
“A ideia surgiu do desejo de compartilhar com o público como somos por dentro do corpo e proporcionar a experiência de estar no ambiente acadêmico e de produção científica em anatomia”, explica a bióloga.
Atualmente, a equipe é formada por alunos extensionistas de vários cursos da área da saúde, que fazem a organização do espaço, medeiam as visitas guiadas e produzem material para a internet. Durante a pandemia, o projeto encontrou nas redes sociais, principalmente no Instagram e YouTube, uma maneira de continuar divulgando ciências e, ainda por cima, alcançar públicos mais distantes.
Um espaço para a comunidade
O Museu de Anatomia tem como público principal alunos de escolas e universidades; realiza atividades específicas para cada faixa etária. A equipe, treinada para atender de maneira distinta os diferentes grupos, promove interações com o material e explicações sobre como funcionam os sistemas que formam o corpo humano.
“A gente fala sobre a estrutura do corpo humano, trazendo peças para que as pessoas possam tocar e se familiarizar. Explicamos que a anatomia é o estudo das partes do corpo em cortes, em secções, setorizando para estudar melhor cada parte”, explica.
Em setembro o museu completará 5 anos de abertura e a equipe planeja a comemoração com novidades. A exposição ganhará o reforço de várias pinturas especiais inspiradas em peças anatômicas.
Os interessados em visitar o local precisam agendar previamente a atividade pelo e-mail do projeto: museudeanatomia@icb.ufrj.br.
Como chegar
A entrada principal do Centro de Ciências da Saúde fica na Avenida Carlos Chagas Filho, 373, Cidade Universitária. Também há o acesso pela entrada em frente ao Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCCF), na Rua Professor Rodolpho Paulo Rocco. O Museu de Anatomia está no subsolo do Bloco F, na parte dos fundos do prédio. O CCS fica próximo ao Terminal do BRT Aroldo Melodia. Além de uma breve caminhada, os visitantes também podem chegar ao local utilizando os ônibus que transitam pela Ilha do Fundão, inclusive os ônibus internos da própria UFRJ. De carro, é possível o estacionamento nas imediações, sujeito à cobrança.
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