Nesta quarta-feira, 25/3, a reitora da UFRJ, Denise Carvalho, em documento, reafirmou compromisso com as estratégias de enfrentamento da COVID-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.
Também assinaram a nota os dirigentes de outras 10 instituições públicas de ensino superior: Colégio Pedro II, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), tal qual fizeram conjuntamente em 18/3, quando apoiaram o distanciamento social.
Entre outras questões, o texto enfatiza que afrouxar as medidas preventivas antes mesmo do pico da epidemia não trará nenhum benefício à população. “Pelo contrário, pode gerar um cenário de caos social que dificultará ainda mais a própria retomada da atividade econômica”, afirmam os dirigentes.
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Nota das Instituições Públicas de Ensino Superior e de Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro reafirma compromisso com as estratégias de enfrentamento da COVID-19
A pandemia causada pelo novo coronavírus representa uma grave ameaça a toda a humanidade. Três meses após os primeiros registros de infecção, já estão confirmados mais de 400 mil casos e 18 mil mortes em todas as regiões do mundo. É absolutamente certo que esses números aumentarão significativamente nas próximas semanas, com o crescimento da epidemia em países de grande população e alta desigualdade social, como Índia, Estados Unidos, Brasil e Nigéria. Nos lugares em que o novo coronavírus se disseminou até o momento, ficou demonstrado que a capacidade de resposta dos sistemas de saúde, dos líderes políticos e da sociedade como um todo pode ter influência decisiva no que diz respeito ao número de casos graves e de óbitos.
No Brasil, já foram confirmados mais de 2.200 casos e 47 óbitos apenas em duas semanas após a confirmação do início da transmissão comunitária da infecção nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O próprio Ministério da Saúde indica que o número de infectados é provavelmente sete vezes maior. Sem a adoção de estratégias rigorosas de distanciamento social, acompanhadas de campanhas informativas e de planejamento para ampliar a capacidade de atendimento a casos mais graves, a multiplicação dos casos graves e óbitos pode ocorrer numa escala vertiginosa nas próximas semanas devido ao “colapso” no sistema de saúde, como destacado pelo ministro da Saúde em um de seus recentes pronunciamentos. Isso aumentaria o número de mortes, em especial entre as pessoas mais vulneráveis e suscetíveis: idosos, diabéticos, hipertensos, fumantes etc.
Diante desse grave quadro, as instituições PÚBLICAS de ensino superior do estado do Rio de Janeiro alertam a população sobre a necessidade de que as instruções das autoridades sanitárias do Brasil sejam rigorosamente respeitadas. Vários países que relutaram, inicialmente, em adotar estratégias de distanciamento social, como foi o caso da Inglaterra, já modificaram a política de combate à pandemia e introduziram a permanência nas casas como a ação mais apropriada. Em relação ao ambiente escolar, 157 países já suspenderam as aulas, pois está comprovado que crianças e jovens podem servir como vetores de disseminação do contágio, elevando a proporção de casos graves entre os mais velhos e outros grupos de risco.
Todos os esforços são válidos para impedir que o nosso sistema de saúde entre em colapso diante de um crescimento acelerado do número de casos que demandem internação e leitos de UTI. Estamos vivendo uma crise sem precedentes na saúde pública mundial, mas felizmente as medidas restritivas adotadas em diversos países e baseadas nos estudos científicos vêm dando resultados concretos. Cabe aos governos e aos parlamentares implementar medidas adequadas para preservar condições econômicas e sociais minimamente razoáveis a toda a população neste cenário emergencial E EVITAR UMA PERDA MAIOR DE VIDAS HUMANAS.
Relaxar as medidas preventivas antes mesmo de termos atingido o pico da epidemia não trará nenhum benefício à população. Pelo contrário, pode gerar um cenário de caos social que dificultará ainda mais a própria retomada da atividade econômica. Com responsabilidade e serenidade, a sociedade brasileira superará esse grande desafio e evitará perdas humanas desnecessárias.
Subscrevem esta carta os dirigentes máximos das Instituições Públicas de Ensino Superior e de Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro:
Reitor Ricardo Lodi − Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)
Reitor Raul Ernesto López Palácio − Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf)
Reitora Maria Cristina de Assis − Fundação Centro Universitário da Zona Oeste do Rio de Janeiro (Uezo)
Reitor Rafael Barreto Almada − Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ)
Reitor Jefferson Manhães de Azevedo − Instituto Federal Fluminense (IFF)
Reitor Oscar Halac − Colégio Pedro II
Reitor Ricardo Silva Cardoso − Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio)
Reitora Denise Pires de Carvalho − Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Reitor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega − Universidade Federal Fluminense (UFF)
Reitor Ricardo Luiz Louro Berbara − Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)