Categorias
Memória

IBqM realiza 13º Simpósio de Oncobiologia

Evento reuniu pesquisadores e estudantes de diversos tipos de câncer

Mulher negra explica cartaz com pesquisa sobre câncer para dois espectadores

Alunos apresentam pôsteres em seminário. Foto: Artur Moês – Coordcom/UFRJ

Com informações de Rosa Maria Mattos 

O Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) realizou, entre 23 e 25/9, a 13ª edição do Simpósio de Oncobiologia. O evento, no Centro de Ciências da Saúde (CCS), contou com 250 pesquisadores de institutos de pesquisa do Brasil que investigam diferentes tipos de câncer por meio de diversas metodologias e abordagens. Um dos destaques do evento foi a participação feminina: 13 dos 15 trabalhos premiados tinham mulheres como autoras principais.

Durante o evento, foi possível conhecer um panorama de pesquisas sobre o câncer realizadas por universidades públicas e institutos de pesquisa do Rio de Janeiro e de outros estados do país. Foram apresentados 95 estudos sobre o câncer, atualmente em curso, por pesquisadores em nível de iniciação científica, aperfeiçoamento, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Outras pesquisas de destaque foram apresentadas por meio de seminários pelos estudiosos. A organização do evento premiou os melhores trabalhos divulgados durante o simpósio.

“Fiquei bem impressionada com a quantidade de trabalhos apresentados na sessão de pôsteres desta edição”, afirma a pesquisadora Vivian Rumjanek, coordenadora do núcleo de ensino do Programa de Oncobiologia. “É admirável observar que, uma década atrás, éramos poucos pesquisadores apresentando nossos trabalhos sobre câncer, em um ambiente de troca de conhecimentos muito menor. Espero que os cortes de investimentos em ciência e tecnologia não comprometam esse cenário animador.”

Palestrantes

Paralelamente às apresentações dos jovens estudantes, experientes cientistas, que coordenam alguns dos mais importantes grupos de pesquisa básica sobre o câncer no Rio de Janeiro, palestraram, além de dois pesquisadores, convidados especialmente para o simpósio.

O pesquisador e médico argentino Guillermo Chantada fez uma palestra que repercutiu entre os convidados, mostrando dados do estudo experimental cuja etapa clínica foi conduzida por ele no Hospital Sant Joan de Déu, em Barcelona, e que utilizou um vírus  no tratamento de crianças com câncer na retina. Esse novo tipo de tratamento vem sendo oferecido a crianças com uma forma agressiva da doença e resistente à quimioterapia. O grupo de pesquisadores trabalhou no desenvolvimento de um vírus específico, por modificação genética do adenovírus tipo 5, que foi programado para infectar e multiplicar-se apenas nas células tumorais. Já Cristina Bonorino, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), falou sobre o estudo que investiga a resistência à imunoterapia a partir da análise molecular das células cancerígenas.

O primeiro dia do simpósio contou com abertura do Dr. Luiz Augusto Maltoni Jr., da Fundação do Câncer. A pesquisadora Adriana Bonomo, do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), apresentou o tema da imunidade adaptativa na progressão metastática e apresentou dados e resultados sobre seu estudo específico sobre o câncer de mama. Marcelo Soares, por sua vez, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), apresentou resultados do seu trabalho sobre marcadores transcriptômicos em cânceres de cabeça, pescoço e cervical associados à infecção pelo HPV (o vírus do papiloma humano).

O estudo do câncer colorretal e sua condição de metástase e resistência às terapias esteve presente na apresentação do pesquisador José Morgado, do Inca. Já Wagner Barbosa Dias, da UFRJ, falou sobre as pesquisas coordenadas por ele que investigam o papel da glicosilação intracelular em modelos de câncer de cólon, melanoma e glioblastoma.

Grupo de participantes do Simpósio de Oncobiologia reunidos em um palco de auditório.

Participantes do simpósio. Foto: Artur Moês – Coordcom/UFRJ

José Garcia, também da UFRJ, apresentou dados e resultados de seu trabalho que investiga compostos naturais contra o câncer colorretal utilizando o embrião de uma espécie de rã como modelo científico. E Patrícia Bozza, do Instituto Oswaldo Cruz, abordou o tema do metabolismo dos lipídios e sua relação com o câncer.

Robson Monteiro, coordenador do Programa de Oncobiologia, avalia de forma muito positiva o evento: “A 13ª edição do Simpósio de Oncobiologia foi um sucesso. A participação de pessoas oriundas de diferentes instituições, inclusive de fora do estado do Rio de Janeiro, demonstra que o principal objetivo do encontro foi cumprido: permitir a interação entre pesquisadores interessados nos diferentes aspectos da biologia tumoral. A programação foi de alto nível, com palestras excelentes, e os trabalhos premiados nas sessões orais e na sessão de pôsteres evidenciaram a qualidade da pesquisa realizada na área”.