Por Miler Alves

Completando 165 anos, a Escola de Música da UFRJ (EM/UFRJ) anuncia a realização de obras para a restauração e ampliação de seu prédio, localizado na Lapa, a partir do próximo ano.
Os dois edifícios onde está localizada a escola serão restaurados e o projeto contempla a construção de um prédio de oito andares, para abrigar os mais de mil alunos da unidade. Este novo edifício terá um terraço aberto ao público, com vista para a Baía de Guanabara e Lapa, além de uma cafeteria, no térreo, e novos camarins e banheiros.
A Escola de Música ganhará também um novo acesso, pela Av. República do Paraguai. Todo o trabalho contempla normas de acessibilidade e é coordenado pela professora Andréa Borde, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ (FAU/UFRJ), em conjunto com a Divisão de Preservação de Imóveis Tombados do Escritório Técnico da UFRJ (Diprit/ETU).
O gradil do complexo terá referências a figuras históricas que já passaram pela Escola de Música. São nomes como Carmen Miranda, que fez ali sua primeira apresentação na Cidade Maravilhosa, e Pixinguinha, que foi aluno da unidade, entre outros.
As obras de edificação do novo espaço começarão apenas depois da restauração dos prédios atuais.
Histórico de tradição e referência
A EM/UFRJ contém toda a história do ensino de Música carioca e nacional. Surgiu quando a Sociedade de Música, em 1841, pediu autorização para criar um Conservatório de Música com o objetivo de formar novos artistas para orquestras e coros.
A Escola foi inaugurada em 13 de agosto de 1848, em sessão solene ocorrida no Museu Imperial, antigo prédio do Arquivo Nacional, na atual Praça da República.
Desde sua época de Conservatório, sua força só aumenta com os nomes que ali passaram; entre eles, Anacleto de Medeiros, Francisco Braga (autor do Hino à Bandeira), Antônio Carlos Gomes (autor de II Guarany), Pixinguinha, e Villa-Lobos. O maestro André Cardoso, atual diretor da Escola, também foi aluno da instituição.
O atual complexo de edifícios foi restaurado durante os últimos anos com o intuito de melhorar a divulgação da programação artista e acadêmica da Escola, além de integrá-la à rede das maiores instituições musicais do país e do mundo. As reformas também fizeram parte do projeto de revitalizar o espaço urbano da Lapa.