Por Laura Barbosa
Na tarde da terça-feira (7/5) foi exibido no Auditório Roxinho, do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), o filme Virando Bicho, seguido de debate com Silvia Faiha, diretora do filme, e Marcos Pasche, professor de Letras da UFRJ e de pré-vestibular comunitário. O evento de boas-vindas fez parte da programação de recepção de calouros promovida pela Superintendência Geral de Políticas Estudantis (SuperEst−UFRJ).
Virando Bicho é um documentário sobre o sistema de ingresso dos jovens brasileiros nas universidades que, de forma leve e descontraída, mostra a rotina de seis jovens na preparação para o vestibular. Para a diretora, o que o filme tem de mais interessante é a abordagem da questão da desigualdade no país. “O filme tem essa cara de leve, mas eu acho que isso é o que mais choca. A gente vê como o brasileiro é lutador, e, mesmo com essa leveza, o filme conseguiu ir fundo na questão”, disse.
A reflexão trazida pelo documentário propiciou um debate que tratou tanto de questões amplas sobre o acesso às universidades, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como principal forma de acesso, o Sistema Unificado (Sisu) e o sistema de subsídios aos estudantes bolsistas vindos de outros estados para o Rio de Janeiro, quanto de situações relacionadas à adaptação dos novos alunos ao ambiente universitário.
O professor Marcos Pasche falou sobre suas experiências com os alunos vestibulandos e destacou as principais mudanças pelas quais eles passam ao entrar na universidade: “Há três principais possibilidades: uma é o convite para a radical mudança de perfil; outra, a euforia muito grande que o aluno tem despertada pelo contato com diferentes pessoas e realidades; e a última é o contrário, a dura realidade muitas vezes exclui o aluno que é de longe”.
Os alunos participaram do debate com perguntas e depoimentos sobre as impressões causadas neles pelo filme. A caloura Angélica, que veio de São Luís do Maranhão para cursar Serviço Social, se identificou com o tema: “Eu vim para a UFRJ e vi aqui uma possibilidade de crescer e buscar conhecimento muito além da que eu poderia ter no Maranhão. O vídeo me proporcionou uma emoção muito grande e eu me senti muito provocada a vir falar isso, pelo vídeo e pelos aspectos colocados”, relatou.