Imagem da planta – http://www.hesfa.ufrj.br/indexhist.html
O próximo passo será a demolição do prédio 10, onde funcionava um serviço de atenção a pacientes portadores do vírus HIV. Hoje condenado e fora de uso, o prédio abrigou, nos anos 20 do século passado, clínicas de oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia, incluindo um centro de cirurgia. Foi reequipado no ano de 1988, para atender a vítimas da enxurrada que colocou abaixo uma clínica para idosos no bairro de Santa Teresa.
O próximo
passo será a
demolição do
prédio 10,
que abrigou
um serviço
voltado a
pacientes
com HIV
“Queremos que o Hesfa volte a ser um instituto de excelência em atenção primária à saúde, onde a gente consiga formar profissionais e multiplicar o que hoje oferecemos”, diz a diretora em exercício, professora Ana Borralho.
O hospital tem programas de assistência integral à pessoa idosa, a usuários de álcool e outras drogas, e residências de saúde da mulher, além de atendimento multiprofissional envolvendo as áreas de odontologia, nutrição, enfermagem, psicologia e serviço social.
Capaz de encantar ainda os apreciadores de sua arquitetura pan-óptica (do pátio central, com a imagem do santo padroeiro, avista-se boa parte dos outros prédios da estrutura), o Hesfa serviu recentemente de cenário para a gravação de uma cena ambientada num cortiço, para a novela Lado a Lado, da TV Globo.
O imóvel foi inaugurado pela Princesa Isabel em 1879 como Asilo da Mendicidade (para mendigos), e recebeu ex-escravos alforriados em dificuldades. Em 1939 incorporou-se ao patrimônio da União e, em 1945, foi transferido para a Universidade do Brasil, hoje UFRJ. Vizinho de uma construção financiada em parte por emenda orçamentária do Senado no montante de R$ 40 milhões, cujo beneficiário é a Justiça Eleitoral, o “patinho feio da Presidente Vargas” também merece investimento, enfatiza o ex-diretor-geral José Mauro Brás de Lima:
“Este restauro representa um avanço significativo, não apenas na recuperação de um patrimônio histórico sob ameaça, mas também na retomada de um centro de saúde focado na atenção básica de saúde e nos projetos de pesquisa já existentes”.
Segundo a nova diretora geral, professora Maria Catarina Salvador da Motta, entre as atividades que vão ganhar maior capacidade para se desenvolverem estão os programas de testagem e acompanhamento da presença do HIV; oficinas de memória, equilíbrio, dança e terapia ocupacional voltados para a terceira idade; terapias complementares; projetos para usuários de álcool e outras drogas, incluindo pesquisas sobre a síndrome alcoólico-fetal; um laboratório de análises clínicas, endoscopia digestiva alta, radiologia e eletrocardiograma; e um setor de reabilitação infantil e para adultos.
(foto: Bruna Aguiar)