Inserido na “Semana Global de Empreendedorismo”, o círculo de palestras do “Fazendo Arte” reuniu realizadores de diversas áreas para dialogar sobre gestão cultural. Em seu segundo dia de atividades, estiveram em debate as dificuldades de se planejar e gerir um evento, em especial aqueles de mesmo porte do "Rock in Rio" (RiR), no qual o público total chegou a 100 mil pessoas.
O palestrante Luís Claudio Duarte, engenheiro, produtor e coordenador de montagem do RiR, iniciou a palestra suscitando questões primordiais para a concretização de um evento. “Qual é o tamanho do lugar? Quantas pessoas cabem nele? Quantas roletas ou entradas são necessárias”, perguntou à plateia.
Segundo Duarte, há quatro elementos de grande importância na organização de um evento, seja um show de rock, um churrasco em casa ou uma festa de debutante. “Em primeiro lugar, o patrocinador; esse é o carro-chefe. Em seguida, som, iluminação e segurança são igualmente importantes.” E acrescentou: “Claro que o motivo para se fazer o tal acontecimento e a criatividade também são fundamentais”.
Em relação ao patrocinador, o engenheiro falou da importância de se escolherem marcas que representem de maneira consistente o produto anunciado, citando Coca-cola e Bombril como exemplos de representações simbólicas bem-sucedidas. “Para as marcas também é interessante investir em eventos, em vez de gastarem milhões em um comercial de 30 segundos no horário nobre. Em geral, o tempo de divulgação e a visibilidade são maiores”, explicou.
O palestrante também comentou os riscos em produção cultural. “A venda antecipada pode ocasionar falsificação dos ingressos, mas o sucesso das vendas na hora está muito atrelado às condições meteorológicas. É uma faca de dois gumes.” Entre outros problemas, Duarte citou a superlotação, falta de público, não colaboração dos artistas e falta de infraestrutura.
Por fim, o convidado frisou que é primordial se desenhar o local do evento, de forma que a entrada sempre fique de frente para o palco principal e que os banheiros e bares (ou praças de alimentação) estejam visíveis para quem está entrando. “Essa é uma concepção básica, mas capaz de garantir o sucesso de qualquer produção”, concluiu.