A abertura do evento da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine), realizada no Salão Pedro Calmon, polarizou-se na história e desenvolvimento do ensino e da pesquisa do cinema, juntamente com suas novas perspectivas, em ambos os países.

"> A abertura do evento da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine), realizada no Salão Pedro Calmon, polarizou-se na história e desenvolvimento do ensino e da pesquisa do cinema, juntamente com suas novas perspectivas, em ambos os países.

">
Categorias
Memória

Pré-Socine discute pesquisa de cinema no Brasil e no Canadá

A abertura do evento da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine), realizada no Salão Pedro Calmon, polarizou-se na história e desenvolvimento do ensino e da pesquisa do cinema, juntamente com suas novas perspectivas, em ambos os países.

A abertura do evento da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine), realizada no Salão Pedro Calmon, localizado no Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ, contou com a presença de André Gaudreault, professor titular do Instituto de Arte da Universidade de Montreal; da professora Maria Dora Mourão, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) e do professor Michael Zryd, da Universidade York, do Canadá.

O debate polarizou-se na história e desenvolvimento do ensino e da pesquisa do cinema, juntamente com suas novas perspectivas, em ambos os países. De acordo com Gaudreault, existem duas diferenças marcantes entre Brasil e Canadá no que tange ao estudo do audiovisual. A primeira é no que diz respeito à afinidade entre Cinema, Comunicação e Belas Artes. “No Brasil, esta relação é mais consistente, embora a área de Comunicação seja mais forte e, com isso, o Cinema apresente-se como uma sub-área”, afirmou o docente. A segunda diferença está no que concerne aos estudos em programas de doutorado.  “No Canadá, percebe-se certa lentidão no aprimoramento desses estudos. Parece que não há muito interesse em um aprofundamento, tanto no sentido teórico, como prático na área de Cinema e imagens em movimento”, explicou o professor.

Cinema de autor x Cinema de produtor

De acordo com Gaudreault, os programas de pesquisa do Canadá diferenciam-se dos brasileiros principalmente pelo uso da arte em detrimento à técnica, oferecendo laboratórios de experimentação aos alunos, principalmente em produção sonora, videogames, entre outras áreas. No Brasil, a professora Maria Dora assinalou a valorização do cinema de autor, diferente do estilo hollywoodiano, no qual o produtor é mais considerado. O cinema de autor marca o caminho seguido pelos teóricos e diretores, tendo como referência o Cinema Novo.

Além disso, Maria Dora falou sobre o processo de implantação das escolas de Cinema no Brasil. “Aqui, o modelo de ensino cinematográfico está vinculado às universidades”, esclareceu a docente.  “Embora tenha sido bastante discutida a ideia de uma Escola Nacional de Cinema na década de 1950, nunca tivemos uma, como Argentina e México, por exemplo”, finalizou a professora da ECA-USP.