A Escola de Serviço Social (ESS – UFRJ) deu início o seu “Trote Solidário”, na última segunda (30/03). Está sendo realizada uma série de atividades que propõe aos calouros experimentarem um dia na pele de um deficiente físico. A comissão organizadora do trote discutiu os novos rumos da universidade e os desafios do profissional que escolhe o curso de Serviço Social.
O evento começou com um debate entre os novos alunos e os veteranos e uma breve apresentação da professora Mariléia Inoue, da ESS, abordando as dificuldades que os deficientes físicos encontram ainda dentro da universidade. Entre elas, o acesso às instalações da instituição. “Nossos alunos cadeirantes nunca estiveram no andar de cima do prédio”, afirmou.
Em uma das atividades, os estudantes foram vendados e obrigados a andar pelo campus, enfrentando o calçamento, os buracos no chão e os obstáculos, como árvores e cercas. Em outro momento, os calouros tentaram se locomover em uma cadeira de rodas e descobriram que “o campus para os deficientes é menor”, conforme o relato de uma das voluntárias. Quase todos os acesso ao Palácio Universitário são feitos por meio de escadas e em nenhum dos prédios anexos há elevador.
O objetivo do evento, segundo Mariléia, foi “mostrar aos novos estudantes os desafios enfrentados também pelos profissionais de Serviço Social, que buscam soluções para os problemas enfrentados”. Como o Palácio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), obras de revitalização que precisariam ser feitas para incluir deficientes físicos se tornaram difíceis, mas não impossíveis, de acordo com a docente. “Aqui é o lugar de criticar, pensar e encontrar soluções”, disse.
A idéia, no entanto, de acordo com Mariléia, não é para desanimar os recém-chegados. “Pelo contrário. Ao mostrar os desafio, esperamos que eles se animem a buscar soluções, afinal, estamos no espaço certo para isso”, finalizou.