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Vantagens e desvantagens das novas tecnologias cirúrgicas

Atualmente, muitas cirurgias são feitas com pequena incisão, através de aparelhos computadorizados. Esse tipo de operação é globalmente denominado “cirurgia minimamente invasiva” e pode ser aplicado para o tratamento de diversas doenças que necessitam de cirurgia para um resultado mais eficiente.

Entre essas doenças e problemas de saúde, como os que envolvem a área torácica, neurológica e até estética, um dos casos mais recorrentes desse tipo de cirurgia é o de pacientes com necessidade de cirurgia abdominal.

Segundo Juan Miguel Renteria, professor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFRJ, na cirurgia abdominal, o maior exemplo de pouca incisão é, provavelmente, a colecistectomia videolaparoscópica, a retirada da vesícula biliar. Porém, também há com frequência a correção da hérnia de hiato, a nefrectomia, que consiste na retirada do rim, a apendicectomia, que remove o apêndice, a histerectomia, que consiste na retirada do útero, entre outras várias.

Todas essas operações são por videolaparoscopia e podem ser empregadas na maioria dos casos, independentemente do paciente e da doença que levou à necessidade da cirurgia. Nesses casos, poucas são as situações em que o método pouco invasivo não deve ser feito. Há também várias operações minimamente invasivas que se diferenciam da videolaparoscopia, utilizando a radiofrequência, como para certos tumores hepáticos ou renais, mas que são menos comuns.

A videolaparoscopia é feita com pequenas incisões na parede abdominal pelas quais são introduzidos trocartes, tubos com válvula, após a injeção de gás carbônico no abdome, para criar um espaço que não existia, por insuflação. Por tais trocartes são introduzidos instrumentos cirúrgicos próprios, como tesoura laparoscópica, pinça de apreensão laparoscópica e uma ótica conectada a câmera de vídeo, que leva a imagem captada para um monitor. Desta forma, o cirurgião pode se orientar pela imagem.

Quando se trata de comparar os métodos convencionais de cirurgia com os de pouca incisão, apesar de serem realizados os mesmos processos cirúrgicos, as vantagens são outras. “A vantagem geral da cirurgia minimamente invasiva é diminuir o chamado trauma cirúrgico. De fato, causa menos dor, melhor recuperação pós-operatória e melhor resultado estético. Em alguns casos, como na cirurgia endovascular, o trauma cirúrgico é muito menor também na manipulação intra-abdominal, permitindo tratar, eventualmente, pessoas que provavelmente não poderiam ser tratadas por cirurgia convencional”, explica Juan Renteria.

Segundo o professor, em ambas as formas de operação, o paciente está sujeito aos mesmos riscos cirúrgicos. Porém, é importante ressaltar que a forma de visualização do campo operatório, a região onde o cirurgião atua, é diferente, assim como o manuseio do instrumental. “O cirurgião precisa de um treinamento específico, mesmo que o procedimento em si seja o mesmo”, complementa Juan.

O custo destas operações é ligado ao equipamento, aos instrumentos e ao material utilizado, que são específicos e caros. No entanto, uma vez que o equipamento de Videolaparoscopia, por exemplo, é adquirido, o seu custo vai sendo amortecido nas várias operações possíveis e nas várias especialidades envolvidas. O gasto maior acaba sendo com o material descartável, que nem sempre podem ser descartados.

“Na área dos custos elevados, existe ainda a cirurgia robótica. Esta cirurgia é um incremento à cirurgia laparoscópica. O instrumento é acoplado a um robô e é articulado permitindo maior movimentação dentro da área que será operada. Quem controla o robô é um cirurgião experiente”, relata Juan Renteria.

Este equipamento é muito caro e pouco disponível no Brasil, sendo utilizado mais na área de Urologia. Quanto à Videolaparoscopia, essa vem se difundindo no Brasil desde o início dos anos 90 e hoje é possível encontrá-la disponível para a população.