Categorias
Memória

Viabilidade do polo gás-químico Brasil-Bolívia é colocada em questão

A controvertida construção de um polo gás-químico de gestão partilhada entre Brasil e Bolívia é a polêmica sobre a qual se debruçaram as estudantes de Geografia Juliana de Farias e Emanoelle Martins Guedes de Farias. Elas apresentaram, nessa quarta-feira (7/10), na XXXI Jornada de Iniciação Científica, um estudo comparando as legislações ambientais dos dois países e verificaram a inviabilidade de uma gestão harmoniosa do projeto.

“Observamos os mapas da região e fizemos uma comparação entre as coberturas vegetais dos dois países. Constatamos que existe uma vegetação muito mais abundante na Bolívia do que no Brasil. Isso demonstra que mesmo que a legislação ambiental brasileira seja mais antiga e até mais completa, ela não é efetiva devido à falta de fiscalização”, explicou Juliana, orientada pelo professor Cláudio Antônio Gonçalves Egler.

Já a política ambiental da Bolívia se mostra muito mais efetiva em seu objetivo de preservação. “O marco regulatório boliviano se baseia em uma avaliação ambiental que segue os modelos da comunidade europeia. Através de atividades estratégicas são apresentados os impactos de uma região, e a partir daí, criadas ações direcionadas à solução do problema”, explicou Emanoelle.

A partir da comparação dessas duas políticas e análises de mapas, as duas estudantes chegaram a uma conclusão: “Com os estudos realizados até o momento, acreditamos ser difícil uma gestão binacional harmoniosa. As diferenças entre os marcos regulatórios ambientais de Brasil e Bolívia acabam inviabilizando o projeto, já que impedem uma integração maior entre os dois países”, finalizam.