Dando continuidade a semana da Jornada de Iniciação Científica, foi apresentado nesta quarta-feira (7/10) o trabalho sobre “O papel dos Leucotrienos na evolução do Melanoma Murino”, no Auditório de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O projeto, que contou o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Universitária José Bonifácio (FUJB), foi desenvolvido por Carlos Alberto Antunes, aluno de Pós-graduação em Microbiologia da UFRJ.
Segundo o trabalho, os leucotrienos são mediadores lipídicos oriundos da enzima cinco lipoxigenase (5-LO), com participação em processos inflamatórios. Atualmente, há um crescente interesse no estudo de mediadores inflamatórios, principalmente em produtos da cicloxigenase, contudo o papel de produtos da 5-LO no desenvolvimento de melanomas murinos não é conhecido.
O trabalho buscou avaliar diferenças na susceptibilidade entre camundongos deficientes para a enzima 5-LO e selvagens, assim como entender os mecanismos envolvidos.
Células tumorais B16F10 ou salina foram injetadas pela via intravenosa e duas semanas após os animais foram sacrificados. A migração celular foi avaliada e os pulmões coletados para a quantificação dos nódulos tumorais. Além disso, células B16F10 foram administradas e o crescimento tumoral avaliado após 30 dias.
Em relação ao número de nódulos tumorais nos dois grupos experimentais, os animais selvagens apresentaram um número de nódulos tumorais significativamente inferior em relação aos animais deficientes da enzima, quando avaliado 14 dias após sua administração.
Quanto a migração celular para o pulmão avaliado nesse mesmo tempo, não houve diferença significativa, sendo possível verificar quantidade de monócitos e neutrófilos similares nos animais selvagens e nos deficientes.
O resultado do trabalho apontou que o impedimento da síntese de leucotrienos leva ao desenvolvimento de um maior número de tumores pulmonares, assim como da massa tumoral. Esses dados sugerem que os leucotrienos apresentam um papel crucial no desenvolvimento tumoral, entretanto, os mecanismos envolvidos ainda não foram determinados, e serão os próximos estudos do trabalho apresentado.