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Memória

Masculino ou feminino? Os valores ambivalentes de Athena

 A pesquisadora Angélica Barros, do Laboratório de História Antiga, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, apresentou nesta terça-feira (06/10) o trabalho “Athena: uma representação da dialética funcional da sociedade ateniense”, que examinou a figura da deusa grega como possuidora de uma dualidade para o contexto em que viveu. A análise, realizada na Escola de Comunicação da UFRJ, dentro da Jornada de Iniciação Científica, Artística e Cultural promovida pela academia, discutiu os valores masculinos e femininos estabelecidos por Athena, através da observação de esculturas e monumentos históricos.

Segundo a pesquisadora, na sociedade grega de antigamente, a ação feminina tinha lugar somente no espaço privado. As mulheres, responsáveis pelos afazeres domésticos, eram criadas para serem esposas e mães. Suas atividades se limitavam, no máximo, ao aprendizado de cálculo, música e ao exercício da leitura.

Já os homens, por outro lado, tinham a responsabilidade pública de se tornarem cidadãos completos. Precisavam aprender gramática, que garantia a formação de um bom saber; ginástica, que concedia ao corpo um bom preparo físico; e música, que dava à alma a harmonia necessária para se viver. Tudo isso voltado para uma melhor defesa da polis, diante de uma possível guerra, já que era função masculina proteger a cidade.

A ambivalência de representações, entre masculino e feminino, porém, sempre foi encontrada na figura da deusa Athena, como explicou Angélica. Suas imagens reuniam o universo de ações bélicas, concernente aos homens, e a postura zelosa e afetiva de mãe, relativa às mulheres. Essa dualidade, hoje expressa em obras de arte, retrata, de acordo com a realizadora da pesquisa, a posição de detentora da polis exercida por Athena, que, ao mesmo tempo em que cuidava de seus filhos (o povo), também guerreava como um soldado em nome da cidade.

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