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Professores discutem educação através do cinema

O curso de extensão “Cinema para aprender e desaprender – CINEAD” promoveu, na sexta-feira (28/08), mais um dia de debates no auditório anexo do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ. O projeto contou, desta vez, com a participação de Alexandre Mendonça, professor e vice-coordenador do curso, que expôs sua preocupação com o atual sistema de educação.

“O propósito do projeto é justamente fazer com que o cinema seja visto pelos educadores como mais uma ferramenta para educar”, explica Alexandre. Para ele, a presença dos professores de toda a rede de educação em cursos como esse é fundamental para que possam despertar a vontade dos alunos em aprender através de métodos inovadores.

A professora Fátima Vollu, do Colégio de Aplicação da UFRJ, concorda: “Acredito que a aprendizagem tem que ser livre e prazerosa. Com o Cinead, o aluno pode usar o cinema como sua própria forma de expressão”.

Interdisciplinaridade

O grande ponto de defesa dos participantes concentrou-se em torno da necessidade de haver uma interconexão entre todas as disciplinas. Palestrante e ouvintes confessaram considerar o atual sistema “rígido demais” e acreditam que é preciso pensar em alternativas para torná-lo mais moderno. Nesse aspecto, Alexandre Mendonça explica que “ao realizar um filme pode-se trabalhar com diversos conteúdos. O cinema quer oferecer uma opção mais dinâmica e atraente ao aluno”. 

O objetivo, segundo ele, é desconstruir o modelo tradicional de educação, numa tentativa de construir, através do cinema, um ponto unificador entre formas alternativas de educação. Entretanto, o professor garante, ainda, que não querem lidar com a forma técnica cinematográfica, mas com o lado da criação.  A intenção é fazer com que a escola atue também num processo de subjetivação dos seus alunos, ajudando a formar identidades.

Funcionamento do curso

O vice-coordenador explica que o curso funciona segundo três etapas e que o público-alvo são as crianças e adolescentes de todas as escolas interessadas. Na primeira fase, os participantes realizam uma pesquisa teórica, analisando filmes em que figure a temática da infância ou adolescente; e, para isso, contam com o apoio do acervo do Museu de Arte Moderna. Num segundo momento, analisam a criança e o adolescente como espectador, promovendo a exibição de filmes, seguida de debates. Por último, estimulam esse público ao processo de criação, sensibilizando para que possam produzir seus próprios filmes.

O curso acontece, basicamente, uma vez por mês e é oferecido pelo Laboratório do Imaginário Social e Educação (Lise), da Faculdade de Educação. Os interessados em participar podem procurar a professora Adriana Fresquet, coordenadora do projeto. As reuniões acontecem no anexo da Faculdade de Educação, no campus da Praia Vermelha.