Após uma sessão de mantras terça-feira (11/8) no Índia em Foco, evento organizado pelo Centro de Tecnologia, o público que compareceu ao auditório da Coppe assistiu a uma palestra sobre a Cultura Indiana que abordou desde a religiosidade à medicina praticadas no país do sul asiático. Um dos pontos altos da palestra foram os Upanishads, tipo de filosofia e meditação indianas que são consideradas pela maioria das escolas do hinduísmo como instruções religiosas.
De acordo com Patrick van Lammeren, que abordou o tema, um dos intuitos dos Upanishads é mostrar às pessoas que a felicidade não é algo alcançado pela obtenção de objetos materiais, mas sim pela evolução espiritual.
Desenvolvida na Índia há cerca de 7 mil anos, a medicina indiana (Ayurveda) foi outro tema apresentado. Segundo o doutor em medicina social Anderson M. da Rocha, ela faz parte da racionalidade médica, conceito desenvolvido no Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) no início dos anos 90 e que abrange também a medicina chinesa, tibetana e homeopatia.
A Ayurveda, que em sânscrito significa ciência (veda) da vida (ayur), continua a ser a medicina oficial na Índia e tem-se difundido por todo o mundo como uma técnica eficaz de medicina tradicional. Anderson M. da Rocha explicou que a prática se baseia no sistema filosófico Samkhya, nos cinco elementos que formam toda a manifestação material do universo (éter, ar, fogo, água e terra). E que toda a matéria existente no universo provém desses cinco elementos, inclusive o corpo humano (que, além da matéria, também é formado por buddhi – discernimento, ahamkara – ego e manas – mente).
De acordo com a Ayurveda, quando algum dos cinco elementos está em desequilíbrio no corpo do indivíduo, inicia-se o processo da doença. A intenção então é manter o corpo em equilíbrio para evitar doenças, ao contrário da medicina ocidental, na qual as pessoas vão em busca de tratamento para curá-las.
A mesa-redonda que foi coordenada pelo professor da Escola de Comunicação (ECO/UFRJ) Muniz Sodré também contou com a presença do guru indiano Sripada Bhaktivedanta Vana Maharaja, que falou sobre o texto religioso hindu Srimad Bhagavad-gita, uma pequena parte da grande epopeia védica chamada Mahabharata (maha = grande; bharata = Índia).