Pouca luz, mistério, olhares curiosos e um homem derramando areia no palco. Era a cena vista por quem estivesse ou entrasse no auditório do Roxinho no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN/UFRJ) na tarde de segunda-feira (10/08). A apresentação de teatro-dança da Índia através de um espetáculo de “mohini”, dança típica indiana, encenada por Aglaia Azevedo e Alisson Minas, encantou a plateia, sobretudo pela beleza e significado dos movimentos.
O espetáculo foi alternado entre a narrativa de Alisson Minas e a manifestação através dos movimentos da dança de Aglaia Azevedo que ilustram a história. Elementos simples, incenso e desenhos feitos com areia compunham o cenário e deram o clima necessário para a imersão do público.
De acordo com a mitologia, o Deus Vishnu assumiu a forma de Mohini, de grande beleza, para iludir os demônios e evitar que eles se apropriassem da imortalidade e assim salvar o universo. Mas a despeito das histórias contadas, para Aglaia, a dança tem um significado especial. “Mohini é uma forma de expressão sagrada e, quando a dançamos, o fazemos para Deus acima de tudo”, disse.
Aglaia Azevedo foi uma das fundadoras do teatro Mínino, grupo teatral de pesquisa que busca essencialmente descobrir o que move o ator em cena. Tendo visitado a Índia pela primeira vez em 1991, Aglaia vem desde então realizando apresentações de teatro-dança indiano.