Incentivando os novos alunos a vivenciarem intensamente a fase acadêmica e enfatizando a importância de cada um deles para a continuidade e o progresso da Engenharia como um todo, o professor José Sidnei Colombo Martini realizou uma palestra nessa segunda (4/5), no Auditório André Rebouças, bloco D do Centro de Tecnologia. O objetivo do professor da Universidade de São Paulo era motivar e auxiliar nas escolhas dos futuros engenheiros durante a trajetória dentro da universidade.
Aos 62 anos e hoje titular do departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da USP, departamento que nem existia quando se formou em 1970, o professor anima os alunos: “Me sinto jovem, porque o mundo é feito de jovens e recebe vocês de braços abertos para experimentar!”, diz Sidnei. Enfatizando o desejo da universidade em ajudar os alunos a ampliar seus conhecimentos, prepará-los para a vida e construir carreiras de sucesso, Sidnei lembra os gastos do estado e da sociedade para financiar os estudos dos futuros engenheiros “Vocês tem um compromisso com o futuro, com a Poli, com a sociedade, que investe em vocês, e com o meio ambiente”, alertou.
As sequelas de uma poliomielite contraída aos quatro anos de idade não impediram o professor de se tornar um profissional renomado de Engenharia, transformando-o em exemplo vivo de motivação. Ele conta que as constantes visitas ao hospital o fizeram admirar os profissionais que o ajudavam e desejar ajudá-los de alguma forma em troca. Já que as sequelas da doença não o permitiriam atuar como cirurgião, José Sidnei resolveu dedicar-se a Engenharia Elétrica, aplicada ao aprimoramento de equipamentos utilizados em hospitais. “Foi uma forma de retribuir o que o mundo havia me dado”, relatou emocionado.
Ele acredita que um projeto de vida é a solução para qualquer problema, e o primeiro passo para construir um é saber onde se está, ter consciência das limitações a serem enfrentadas, das oportunidades disponíveis e do quanto se necessita dos outros, sem se esquecer da liberdade de escolha de cada indivíduo. Dentro desse projeto de vida, deve-se saber aonde se quer chegar e manter uma postura ética durante o caminho percorrido. “Por esperteza é possível se ter vitória local, mas nunca global, e vocês estão sendo preparados para trabalhar para o mundo”, afirmou ele.
Declarando-se um apaixonado por sua profissão, fator que considera essencial à formação de um profissional feliz e competente, Martini valoriza a conquista de recompensas pelo mérito, a curiosidade para pesquisar o desconhecido e a humildade de saber pedir ajuda.
Para ele, o profissional da Engenharia combina síntese e análise a uma disposição de criar soluções para a sociedade. “Técnico gosta de repetir as coisas, enquanto o engenheiro gosta de inovar, criar novos caminhos”, afirma o professor, que compara os engenheiros a artistas, dizendo que um projeto concluído é uma obra de arte. Martini acredita que a capacidade de mobilizar com determinação, unida a uma atitude proativa constante, é ingrediente capaz de formar profissionais competentes para melhorar o Brasil.