Flexibilização Curricular e Extensão: a importância da interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade. Esse foi o tema da Mesa Redonda 2, ocorrida, nesta quinta- feira, dia 6.Os professores Michel Jean da COPPE, Regina Guimarães da UNIRIO, Antônio Cláudio da Escola Politécnica e Regina Bustamante do IFCS participaram do evento no auditório Roxinho do CCMN.
Regina Guimarães explica que a prática da Extensão deve obedecer ao princípio de indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão, além de prever a criação de currículos flexíveis. Sob o prisma da interdisciplinaridade, os cursos de Extensão devem incentivar as trocas de metodologias entra as disciplinas. Regina recomenda duas estratégias para haver uma flexibilização do currículo: a institucionalização da Extensão e a avaliação da participação dos alunos.
Em suas colocações, Michel Jean define uma metodologia para a construção de projetos de Extensão. Alguns pontos importantes desse projeto são a defesa de um diálogo entre os diferentes tipos de saber, o trabalho com o saber popular e a valorização dos trabalhos de Extensão por meio da criação de uma política de Extensão.
Como alguns dos obstáculos impostos a extensão Jean destaca a falta de valorização e de imaginação.Em suas conclusões finais ele sinaliza sobre a necessidade de mobilizar o corpo docente e renovar a metodologia aplicada a extensão.
– O aluno deve ter a liberdade de participar da construção de seu currículo, já que ele tem capacidade de pensar e, portanto, de fazer escolhas – explicou Antônio Cláudio.
Ele divagou sobre as mudanças implementadas na Escola Politécnica visando à flexibilização dos currículos. Entre as mudanças, estão o aumento no número de disciplinas eletivas do curso de Engenharia Eletrônica , a redução da carga horária para 26 horas semanais, além de oito créditos livres no currículo que podem ser cumpridos em qualquer curso.
Cláudio tem uma visão negativa sobre o estágio curricular. Segundo ele, os alunos chegam despreparados na vida profissional tendo apenas que repetir o que já era feito antes. “O aluno é domesticado para estar dentro da engrenagem que é repetida”.
Já Regina Bustamante acredita que os estágios são importantes. De acordo com ela, é praticando que os alunos descobrem o prazer da profissão.
Bustamante defende a produção de um saber em outras bases sem a hierarquização conservadora. Para ela, a universidade ainda é muito fragmentada devido ao que ela intitulou como uma política da inércia.
– Os caminhos apontam para uma maior reflexão e difusão dos trabalhos de extensão -com essas palavras Regina Bustamante encerrou o encontro.