Nessa sexta-feira, 28 de março, a unidade móvel para doação de sangue do Hemorio marcou forte presença no campus da Praia Vermelha, na UFRJ. Houve grande receptividade dos alunos, docentes e funcionários da universidade, assim como de moradores da vizinhança ao ônibus que a Secretaria Estadual de Saúde cedeu para captar doadores extra-Hemorio, com o objetivo de auxiliar os pacientes que apresentam diagnóstico de Dengue Hemorrágica em todo o Rio de Janeiro.
Porém, a maioria dos interessados em ajudar não pôde cumprir seu papel como cidadãos. Muitos doadores potenciais ficaram de fora do mutirão devido a um número irrisório de senhas que foi distribuído na chegada da unidade ao campus, às 9 horas. Apesar do reduzido aproveitamento da ação, tendo em vista a imensa procura do povo, ainda sim a iniciativa foi considerada excelente com unanimidade pela população.
Tainá Saramago, estudante do 5° período de Publicidade e Propaganda da UFRJ, queria muito colaborar, no entanto o número de senhas já havia se esgotado. “A gente chega na faculdade acreditando que vai ajudar alguém. Vamos ao ônibus do Hemorio solícitos, querendo doar sangue e não podemos porque só tinha 100 senhas. Isso é um absurdo!”, bradou Tainá. Para a aluna, é vergonhoso que tantos apelos do Hemorio sejam veiculados, porém que ato da doação seja tão precarizado. “Depois ficam na televisão falando que o sangue está em falta nos bancos de doação. Eles tinham que planejar melhor. Algo como chamar uma ambulância que recolha o estoque de sangue adquirido e abasteça a unidade móvel de doação com mais material, para aproveitar a grande quantidade de pessoas que se dispôs a ajudar”, sugeriu Tainá Saramago.
Já para outros, a doação de sangue não era somente um direto, como havia mencionado Tainá, mas também uma realização pessoal. Carolina Pinto, estudante do 6° período de Serviço Social da UFRJ achou ótima a iniciativa. “Sempre fui louca para doar sangue, porém por vários motivos nunca pude ir ao próprio Hemorio”, lamentou. A implementação de unidades móveis de coleta de sangue, segundo Carolina, facilita não somente a vida do indivíduo com interesse em ajudar, mas também o trabalho do Hemorio. “Ficou muito mais prático, a gente sai da aula e vêm doar sangue. Se não você fica repetindo ‘amanhã eu vou!’ eternamente e acaba não podendo colaborar”.
No entanto, como a maioria dos presentes, a futura assistente social também achou pequeno o número de senhas distribuídas e acha que pode haver uma solução viável para o problema. “É complicado resumir a captação de sangue à distribuição de senhas. Acho que devido às importância e urgência, não deviam ser somente 100 números. Achei muito pouco e creio que há condições de uma estrutura maior”, declarou Carolina Pinto.
Como todos têm direitos e estes devem ser consolidados, o Hemorio teve a sua réplica através de Janine Cardoso, médica da coleta externa de sangue do Hemorio, que explicou a limitação de doadores efetivos era intrínseca à redução da unidade de coleta. “No ônibus do Hemorio temos quatro cadeiras de doação e duas salas de triagem, sendo que dois profissionais fazem a triagem e quatro coletam o sangue. Portanto, a estrutura só permite um número reduzido. Se o número fosse ampliado as pessoas aguardariam aqui até a noite”, lembrou a doutora.
Quanto a uma possível ampliação da frota de ônibus ou um sistema de retornos a locais de grande procura, como o campus da Praia Vermelha, a profissional destacou que a ação de unidades móveis está começando agora. “Eu trabalhava, antes dessa iniciativa, na coleta externa em postos avançados, porém não móveis. Esse ônibus começou ontem, no Projac. Se não me engano, mais dois ônibus serão ativados, então o atendimento à demanda pode melhorar”, observou Janine. Segundo ela, o Hemorio é o responsável pela distribuição de sangue para todos os hospitais estaduais. Então, quanto mais coleta, mas reservas haverão nos mesmos.
De acordo com a médica, a mobilização da população para doar sangue na unidade móvel foi excelente. “A resposta das pessoas à própria sede do Hemorio tem sido muito boa depois do apelo na mídia com relação à necessidade de sangue no auxílio aos pacientes com Dengue Hemorrágica”, lembrou Janine Cardoso.
A coleta externa sangue da unidade móvel do Hemorio continua, lembrando que nesse sábado, 29 de março, o ônibus estará na quadra da escola de samba Portela — Rua Clara Nunes, 81 – Madureira — de 9 às 15h. O indivíduo que estiver interessado em doar sangue deve ter mais que 18 anos, pesar mais que 50 quilos e estar saudável. Outras informações podem ser obtidas na sede do Hemorio — Rua Frei Caneca, 8 – Centro — ou pelo telefone 0800-282-0708.
Outros telefones úteis:
Tele-Dengue: (21) 2575-0007, das 8 às 20h. Centro de comando da operação contra a Dengue da Defesa Civil: (21) 2576-5665 e 2576-7297. Secretaria Municipal de Governo: (21) 2503-3187 e 2503-3157