A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com a Universidade Federal Fluminense realiza entre os dias 21 e 23 de novembro o III Encontro de Literaturas Africanas. O evento tem a proposta de reunir os docentes de ambas as universidades a fim de discutir os caminhos que vêm sendo traçados pela literatura nos diversos países africanos, em especial os países de língua portuguesa.
A primeira mesa-redonda do Encontro foi realizada no auditório G2 de Faculdade de Letras e contou com a presença de professores e especialistas em línguas africanas que discutiram um pouco de história literária, entre eles o Prof. Pires Laranjeira, da Universidade de Coimbra; a Profª Maria Nazaré Fonseca, da PUC/Minas; e a Profª Inocência Mata, da Universidade Clássica de Lisboa.
O Prof. Pires Laranjeira iniciou a comunicação chamando a atenção para o papel exercido pela poesia de Agostinho Neto na história da Angola. Militante da luta pela independência de seu país, o médico angolano assumiu a direção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e se tornou o primeiro presidente do país. O Prof. Laranjeira afirma que seus poemas nada mais são do que fiéis documentários históricos de Angola, que “representam como poucos outros textos a sociedade e cultura negra angolana”. Mais do que documentários, os poemas de Agostinho Neto foram de grande poder de intervenção política, contribuindo para a independência do país.
A Profª Maria Nazaré, por sua vez, escolheu o poeta moçambicano Mia Couto para sua comunicação. Segundo ela, o poeta também militante foi muito relevante no movimento de independência de seu país. Seus romances contribuíram para fortalecer as pressões contra a opressão colonialista no continente africano. A Profª Inocência Mata finalizou a comunicação com poetas de São Tomé e Príncipe, também influentes no movimento de libertação.