Foi assim que o reitor Aloisio Teixeira rebateu, durante a audiência pública do Plano de Reestruturação e Expansão (PRE/UFRJ) realizada no Centro de Tecnologia (CT), nesta quarta-feira (26), as críticas de setores do movimento estudantil à insuficiência das verbas previstas pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) para a ampliação das Instituições de Federais de Ensino Superior (Ifes).
Os alunos, ligados à Coordenação Nacional de Lutas Estudantis (Conlute), condenam a adesão da UFRJ ao Reuni, pautados, principalmente, no argumento de que os investimentos prometidos no programa governamental, referentes a um acréscimo de 20% no orçamento de custeio e pessoal da universidade, não serão capazes de financiar as expansões da Graduação e das políticas de assistência estudantil sugeridas no PRE/UFRJ.
Aloisio Teixeira, embora reconheça que o valor estipulado pelo Reuni ainda não seja o ideal, enfatizou que as verbas não podem ser desprezadas. De acordo com o reitor, os recursos previstos no decreto representam um avanço, não só por serem verbas com destinação específica para a Graduação, mas também por denotarem o esforço do governo em financiar mudanças na estrutura da universidade pública brasileira.
– Nós lutamos por metas de universalização como as do Reuni há anos. Não podemos dizer que o governo faz chantagem ao oferecer um recurso que nos viabiliza implementar nossas reivindicações históricas. Não podemos recusar o bom em nome do ótimo. Temos sim que batalhar para que as verbas aumentem, mas a adesão ao Reuni não exclui essa luta – ressaltou.
Os estudantes e o PRE
São os discentes, ligados a diferentes correntes do movimento estudantil, que, ao comparecer, em massa, para nas audiências, vêm movimentando os debates públicos do PRE/UFRJ. Os estudantes, no entanto, longe de um consenso, apresentam visões distintas sobre o programa de ampliação da universidade.
Enquanto os alunos vinculados à Conlute manifestam severas censuras às metas do Reuni, como a elevação da taxa de conclusão média dos cursos de Graduação presenciais para noventa por cento, por exemplo, outras vertentes do movimento dos estudantes apóiam as medidas anunciadas. Durante as discussões, esses discentes alertam a comunidade universitária para os malefícios do sectarismo presente no discurso antagônico ao Reuni.
Segundo os segmentos estudantis favoráveis à aprovação do PRE/UFRJ, a postura radicalmente contrária ao programa adotada pelo grupo de estudantes da Conlute impede a realização de um debate crítico acerca de cada um dos objetivos definidos no projeto. “É muito ruim ver que alguns estudantes se colocam simplesmente contra ou a favor do Reuni e do PRE. Parte deles, inclusive, condena o Reuni apenas porque ele foi idealizado pelo governo federal. Independentemente das opiniões pessoais que temos sobre o governo, precisamos perceber que esses programas promoverão avanços para a UFRJ”, sublinhou Sérgio, aluno do Instituto de Psicologia (IP) e ex-integrante do Diretório Central de Estudantes Mário Prata (DCE/UFRJ).
Para a administração central da universidade, a mobilização da classe discente representa uma vitória obtida pelo processo de discussão do PRE. Aloísio Teixeira pediu, durante a audiência pública do CT, no entanto, a manutenção de um padrão respeitoso nos debates. De acordo com Aloisio, certas opiniões, como a de que o reitor, ao propor a transferência dos cursos da Praia Vermelha para a Ilha do Fundão, estaria interessado em demolir o Palácio Universitário, introduzem inverossímeis elementos de suspeita, desqualificando o ambiente produtivo das reuniões.
As discussões do PRE/UFRJ continuarão até o mês de outubro. A próxima audiência pública acontecerá no dia 28 de setembro, às 10h, no Salão Pedro Calmon, localizado na Praia Vermelha.
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