A televisão digital já é uma realidade em países como os EUA. No Brasil, sua implantação tem caminhado a passos largos, inclusive com a escolha pelo padrão adotado no Japão. Diante desse novo panorama, a UFRJ surge como aliada, contribuindo enormemente nas pesquisas.
Há algum tempo a universidade vem preparando profissionais para lidarem com a nova tecnologia. A primeira tese sobre televisão digital desenvolvida na Coppe, por exemplo, foi feita no final da década de 80. Além disso, desde 1998, há um curso pioneiro sobre o tema na graduação.
A UFRJ participa regularmente dos Fóruns do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre e já ganhou isenção da cota de participação nas decisões do fórum por dois anos, em função de sua colaboração com estudos e desenvolvimento de sistemas de decodificação.
Um dos nossos mais importantes representantes é o professor Eduardo da Silva, do Departamento de Eletrônica e Computação da Escola Politécnica, e do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe. Segundo ele, nossos pesquisadores contribuem em questões como compressão de vídeo e interatividade.
O especialista cita como vantagens da TV Digital, a maior qualidade da imagem e a possibilidade de interação com o telespectador. Entretanto, ele alerta sobre a necessidade de novas discussões para garantir uma interatividade real entre as emissoras e a população receptora.
A previsão é que as transmissões com o novo modelo devem ser iniciadas ainda no final deste ano, em São Paulo. As demais cidades irão passar pelo processo de mudança tecnológica aos poucos. Eduardo Silva esclarece que tudo depende da rapidez em legalizar e normatizar os parâmetros para a transmissão digital e sua qualidade técnica.
Depois que essas questões forem resolvidas, as indústrias vão começar a fabricar os conversores, conhecidos como set-top boxes. O professor não recomenda a compra de televisões de plasma ou LCD como forma de já estar preparado para a TV Digital. Ele afirma que, apesar de algumas vantagens, elas podem não se adaptar às novas resoluções.