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Memória

Nova edição da revista Academia

Foi lançada dia 13 de novembro, no Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ, a sétima edição da revista Academia, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/UFRJ). A cerimônia de lançamento aconteceu no Campus da Praia Vermelha pelo fato de a edição conter matéria comemorativa sobre a história da formação do Palácio Universitário e de sua arquitetura.

Devido ao Programa de Expansão Acadêmica e Desenvolvimento Científico, Tecnológico, Artístico e Cultural, a revista da FAU dedica espaço, em sua edição anterior e na atual, ao tema requalificação dos campi. A sétima edição trata, como tema central, o Campus da Praia Vermelha e traz a proposta de um campus articulado, que proporcione um ambiente de melhor qualidade, compatível com a importância histórica do Palácio Universitário.

Nesse projeto de reestruturação, o objetivo é melhor atender tanto à universidade, criando um espaço propício ao desenvolvimento das atividades acadêmicas, quanto à sociedade. A respeito disso Vera Tângari, uma das coordenadoras da revista, afirma que “as propostas dos nossos alunos foram desenvolvidas no sentido de abrir os campi à utilização mais intensa da sociedade carioca, tanto no plano físico-espacial como no plano conceitual, resultando na integração almejada.”

Um pouco de história
Além do projeto de articulação dos campi, a revista também traz um pouco de história. Consta na editoria Ensaio, que a mais antiga proposta para se construir um campus universitário datava de 1880 e visava a Praia Vermelha como lugar propício. No entanto, com a construção da Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, em 1948, o projeto estruturado de ocupação da Praia Vermelha foi deixado de lado, o que transformou a área num lugar de transição para as unidades que seriam transferidas, algum dia, para a Cidade Universitária.

O Palácio Universitário foi construído no século XIX, inicialmente como projeto de um hospital para doentes mentais, a Santa Casa de Misericórdia. Com a desocupação do local, em 1980, o engenheiro Paula Freitas teve a idéia de construir ali o campus da primeira universidade brasileira. Em 1949, a Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi instalada no lugar em que funcionava o hospício. Mais tarde, o Palácio Universitário foi tombado como patrimônio nacional por seu valor histórico.

A revista
A revista Academia, de publicação anual, é um dos projetos de pesquisa do Programa de Pós-graduação em Arquitetura (Proarq) da FAU, e tem como finalidade constituir sua memória de ensino, estimulando um debate sobre o papel de docentes e discentes e levando em conta a produção acadêmica, com a publicação dos melhores trabalhos de alunos da faculdade e de estudantes estrangeiros, além de trabalhos premiados e de conclusão de curso.

Daniela Ortiz, aluna do 9º período, se diz honrada por ter um artigo publicado: “trata-se de um universo maior, não apenas uma reunião do esforço individual de cada aluno, mas o resultado do entendimento da formação ao longo dos anos. É de extrema importância esta revista, pois assim preservamos a nossa própria existência”.

O projeto surgiu a partir da iniciativa de estudantes que, ao participarem da EXPOFAU/98, sentiram a necessidade de um veículo em que pudessem publicar seus trabalhos. De acordo com Maria Ângela Dias, também coordenadora da revista, desde então, o projeto vem crescendo e ganhando espaço, tanto que, hoje, “se destina a todos que se interessam pela prática e pelo ensino da arquitetura e urbanismo”.

Porém, apesar do desenvolvimento, a revista enfrentou e enfrenta dificuldades para manter-se. Por ser uma publicação de trabalhos discentes, não dispõe de financiamento devido. “Normalmente, os trabalhos de professores e profissionais é que são publicados e que recebem verbas”, explica Maria Ângela. No entanto, as revistas de número 7 e 8 estão sendo financiadas pela Fundação José Bonifácio (FUJB).

Outro objetivo da revista Academia, é avaliar a FAU sob parâmetros internacionais, estabelecendo comparação entre a instituição e as demais escolas de arquitetura. Além disso, ela funciona como instrumento de avaliação do patrimônio cultural. Segundo Vera Tângari, “sendo arquitetura uma das demonstrações culturais mais expressivas da sociedade, a produção por parte dos nossos alunos é um reflexo da cultura e da sociedade de certo tempo e lugar, registrada de forma a constituir-se em referência cultural”.