Passa bem a paciente M.J.R., de 56 anos, que foi submetida na última 3ª feira (11/02), à primeira cirurgia para correção de aneurisma no Rio de Janeiro em que se usou o polímero Onyx. Ainda hoje, a paciente deverá deixar o CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e ir para um leito de enfermaria do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o Hospital do Fundão, da UFRJ.
“A cirurgia foi um sucesso e vem demonstrar que essa técnica tem muito futuro na Medicina”, disse o neuroradiologista Eduardo Wajnberg, cirurgião que fez o procedimento.
O Onyx é uma espécie de “cola” que se solidifica ao entrar em contato com o organismo humano.
A cirurgia foi realizada no Setor de Hemodinâmica e contou com a supervisão do também neuroradiologista Ronie Leo Piske, da Beneficência Portuguesa de São Paulo – local em que foram realizados os quatro primeiros casos brasileiros – está supervisionando a realização da técnica.
Este procedimento começou a ser feito recentemente na Europa, aonde 250 casos foram contabilizados.
A técnica – Ao atingir o local lesado do cérebro – a partir da introdução de um microcatéter na femoral do paciente -, o médico injeta o polímero, que, ao entrar em contato com o organismo da pessoa, se solidifica, restaurando o fluxo sangüíneo daquela área.
Todo o trajeto do microcatéter é acompanhado pelo cirurgião, graças ao suporte de imagens oferecido pelo angiógrafo digital, aparelho recentemente adquirido
O aneurisma cerebral é uma dilatação na parede de uma artéria que, se rompida, provoca sangramento intenso, o que pode ser fatal ou deixar graves seqüelas no paciente. O problema afeta de 2% a 7% da população mundial, sendo mais freqüente em mulheres. E a manifestação clínica mais comum do aneurisma é sua ruptura, causando hemorragia, que é bastante grave.
De acordo com Wajnberg, a técnica com o Onyx pode ser aplicada tanto em pacientes que já tiveram uma primeira hemorragia cerebral, quanto naqueles cujo aneurisma foi encontrado por acaso em exames de tomografia computadorizada ou ressonância magnética antes do rompimento.
O uso do Onyx evita a realização de cirurgias mais complexas, nas quais o crânio precisa ser aberto para que o médico possa atingir o aneurisma. E o paciente recebe alta em 48 horas.
A equipe de Wajnberg já realizou mais de 10 procedimentos de neuroradiologia em que em lugar do polímero utilizou micromolas de titânio. Tanto as molas quanto o Onyx são comercializados no Brasil pela Syncronfilm. E o angiógrafo digital foi produzido pela Siemens.
Categorias
Bem sucedida cirurgia inédita no HU
Passa bem paciente submetida a cirurgia inédita no Hospital do Fundão. M.J.R., de 56 anos deverá deixar o CTI ainda hoje. “A cirurgia foi um sucesso e vem demonstrar que essa técnica tem muito futuro na Medicina”, disse o neuroradiologista Eduardo Wajnberg, cirurgião que fez o procedimento.