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Micro-organismos na água

Nupem/UFRJ adquire sequenciador genético para identificar causadores de doenças

Uma nova aquisição do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem/UFRJ) promete agilizar o combate à contaminação de lagoas e rios em Macaé. Considerado um dos mais precisos e rápidos do mundo, o  sequenciador genético Oxford Nanopore P2 solo vai ajudar os pesquisadores a determinar quais são as espécies de bactérias presentes nas águas. Com isso, será possível entender qual a melhor forma de tratar doenças bacterianas.

O novo sequenciador decodifica, em menos tempo, grandes trechos de DNA. Os genes são substâncias químicas que possuem nitrogênio na composição, que formam as bases nitrogenadas. Elas são conhecidas como adenina, citosina, guanina e timina, respectivamente identificadas pelas iniciais  ACGT.  O equipamento obtém sequências de mais de 40 milhões de letras, enquanto métodos tradicionais identificam, no máximo, mil. Com grandes sequências, é possível identificar de maneira mais rápida o genoma completo. “É como um quebra-cabeça. Quanto maiores forem as peças, mais fácil para juntá-las em uma única figura”, afirma o professor Rodrigo Fonseca, coordenador da Unidade Integrada de Genômica Funcional do Nupem.

Segundo o pesquisador, ao obter a sequência completa do genoma das bactérias encontradas nas amostras, podemos compreender quais fragmentos de DNA estão envolvidos nos processos de resistência. “Comparando com outros genomas já publicados, conseguimos compreender como a resistência [ao antibiótico] foi adquirida e de que forma”, ressalta o pesquisador. O processo facilita a busca pelo fármaco adequado para combater as doenças e é mais barato do que a maneira mais comum. Atualmente, são utilizados antibiogramas, exames que testam a suscetibilidade das bactérias a diferentes antibióticos. 

Para colaborar nos estudos, o Nupem firmou parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), maior instituição de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde da América Latina. Com o acordo, pesquisadores da Fiocruz aprenderão novas tecnologias de sequenciamento e o Nupem utilizará os servidores computacionais da Fundação em pesquisas conjuntas. A colaboração foi celebrada durante a Primeira Semana de Genômica, organizada pela UFRJ.  O evento reuniu pesquisadores e estudantes para discutir os avanços do sequenciamento genético em diversas áreas de atuação, como a Medicina e a Agricultura. 

*Sob supervisão do jornalista Sidney Rodrigues Coutinho.